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    Entre gritos e broncas de juízes, 'Rosi' mudou patamar do judô brasileiro

    ITALO NOGUEIRA
    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

    15/07/2015 13h55

    Em um esporte disciplinado e hierarquizado como o judô, suas caras, bocas e manifestações saltam aos olhos. Se por vezes parecem exageradas, de outras dão um tempero a tanta serenidade no tatame.

    Rosi, como é mais conhecida no meio esportivo, foi judoca e disputou os Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 e Atlanta-1996, sem ir ao pódio. Parecia destino, porque as medalhas dela estavam reservadas em outra esfera.

    Desde 2005, ela é a técnica da seleção brasileira feminina de judô. A bem da verdade, a equipe já tinha conquistas em Mundiais com Danielle Zangrando e Edinanci Silva, mas vivia à sombra do masculino. Com Rosi, o patamar foi elevado.

    Sob seu comando, as judocas brasileiras conquistaram a primeira medalha olímpica –com Ketleyn Quadros, em Pequim-2008 – e os primeiros ouros em Mundiais, com Rafaela Silva e Mayra Aguiar.  

    Atualmente, o time feminino é quem mais triunfos internacionais tem amealhado, bem à frente do sexo oposto. As conquistas são movidas pela intensidade de Rosi. E também, dizem as atletas, por ela entender as necessidades e vicissitudes de uma mulher no esporte.

    Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    O problema é que, algumas vezes, tanta energia é mal interpretada. Há alguns anos, a federação internacional de judô estabeleceu uma regra que pune os treinadores que se comuniquem com atletas. Essa instrução, ainda que indiretamente, teve a ver com Rosi.

    "Eu tento me controlar o tempo todo por conta da regra. É muito involuntário. Quando eu vejo fico até envergonhada. 'Nossa, eu fiz isso?!'. Mas, quando eu estou lá, eu me desplugo. A vontade que eu tinha era de estar lá lutando junto", diz a treinadora, que é casada com o ex-presidente do Flamengo Edmundo Santos Silva.

    Mãe dos gêmeos Mattheus e Ana Clara, ela foi advertida por árbitros algumas vezes no Pan devido a manifestações durante as lutas. Rosi acha que às vezes há exagero no rigor. "Eles prestam muita atenção o tempo todo. Como sou mulher e gesticulo demais... Eu falo com as mãos. A regra tem que ser para todo mundo".

    Ainda assim, ela acredita que hoje está mais calma. "Eu era muito atentada. O judô que me acalmo", dispara.

    Os meses que vêm pela frente, porém, não devem deixá-la tão tranquila. Em agosto, ela comanda a equipe feminina no Mundial de Astana, no Cazaquistão. É a última etapa para os Jogos Olímpicos do Rio, em agosto de 2016.

    Com ou sem berros, ela vai atrás das metas que tem para cumprir em ambos. 

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