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    Após doping e acidente, Jaqueline quer agora medalha jogando no Pan

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

    16/07/2015 08h56

    Divulgação
    Jaqueline durante jogo da seleção brasileira em setembro de 2014
    Jaqueline durante jogo da seleção brasileira em setembro de 2014

    Treino da seleção feminina de vôlei na véspera da estreia no Pan, nesta quinta-feira (16), às 14h35 (de Brasília), contra Porto Rico, em Toronto. 

    Jaqueline está treinando e, de repente, uma bola vai para fora da quadra. Um garotinho de não mais de quatro anos pega a bola e a entrega na mão de Jaqueline. A ponteira da seleção logo lembra de seu filho Arthur, de dois anos e meio.  

    Ele está com a mãe de Jaque em São Paulo, pois o pai, o também ponteiro da seleção Murilo, está no Rio para disputar as finais da Liga Mundial.

    "Eu vejo criança e já lembro dele. Até tento evitar. É muito ruim ficar longe. Meu filho é muito novinho ainda", lembra Jaque, 31. 

    Apesar de ser uma das mais experientes do time, a bicampeã olímpica (2008 e 2012) praticamente não jogou em Pan-Americanos e trata estes Jogos de Toronto com a empolgação de uma criança que brinca com a bola nova.

    "É superação. Foram dois Pan-Americanos que passei que não foram legais na minha carreira. Faz parte do atleta se contundir ou passar por situações difíceis. Consegui dar a volta por cima, sou bi olímpica porque não desisti", disse à Folha

    No Rio, em 2007, quando se encaminhava para entrar na Vila dos Atletas do Pan, Jaque foi avisada que não jogaria pois fora pega em exame antidoping na Itália, por causa de um suplemento contaminado que tomava. Ficou suspensa por três meses.

    Quatro anos depois, em Guadalajara-2011, Jaque entrou em quadra. Mas, no primeiro jogo, bateu a sua cabeça na da líbero Fabi e sofreu fraturas em três vértebras.

    "Imaginar que você poderia estar em uma cama pelo que aconteceu no Pan. Pegou minha medula, deu uma beliscada. E pensar que estou aqui agora, depois de passar tantos perrengues. Três contusões no joelho, três cirurgias, uma trombose, o filho que perdi na primeira gravidez... Enfim, já passei por muita coisa que me fez crescer", afirmou.

    Se o último Pan foi o mais traumático, também foi de felicidade. "Foi uma medalha especial porque as meninas jogaram por mim, a Fabizinha vestiu minha camisa, colocou minha medalha. Neste aqui quero a medalha jogando". 

    CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015

    Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

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