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    Magnano critica indefinição e lamenta falta de decisão sobre vaga na Rio-2016

    MARCEL MERGUIZO
    ENVIADO ESEPCIAL A TORONTO

    18/07/2015 16h09

    Sergio Perez/Reuters
    O técnico da seleção brasileira, Rubén Magnano, durante um jogo do Mundial de 2014
    O técnico da seleção brasileira, Rubén Magnano, durante um jogo do Mundial de 2014

    Por volta das 15h15 (de Brasília) deste sábado (18), o técnico da seleção brasileira masculina de basquete, o argentino Rúben Magnano, encontrou-se com o diretor executivo de esportes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Marcus Vinícius Freire, na arquibancada do ginásio dentro da Universidade de Ryerson, em Toronto.

    Eles conversaram durante poucos três minutos, e o dirigente do COB deu ao argentino uma notícia que ele não gostaria de receber: as seleções masculina e feminina do Brasil ainda não sabem se vão precisar disputar o pré-olímpico ou se já terão vaga garantida na Rio-2016.

    A decisão sobre a presença das equipes nacionais nos Jogos do Rio foi postergada para ocorrer entre os dias 7 e 9 de agosto, em Tóquio, no Japão.

    "Ele [Freire] me disse que a reunião foi positiva. Infelizmente já vinha acontecendo há vários meses [a indefinição]. Atrapalha muito essa falta de posição, tanto os jogadores quanto nosso trabalho", afirmou Magnano, no intervalo do jogo da seleção feminina de basquete contra República Dominicana.

    O treinador da seleção disse que seu planejamento era já fazer nesta semana uma lista de atletas para a disputa da Copa América que vai servir de pré-olímpico para a Rio-2016. O campeonato será entre 31 de agosto e 12 de setembro, na Cidade do México. Os dois finalistas se garantem na Olimpíada de 2016 e os outros dois semifinalistas vão para o pré-olímpico mundial.

    "O plano original decidimos manter. Nossas cartas estão na mesa. Mas agora vou ter que pensar no equilíbrio entre os atletas que merecem repouso, pelo histórico de participação ou lesão, e o desenvolvimento de novos talentos. Eles enrolam, enrolam, enrolam. A dúvida atrapalha muito", explica Magnano.

    O técnico não descarta contar com alguns atletas da NBA caso o Brasil precise brigar pela vaga no pré-olímpico. Segundo o argentino, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) já está em contato com os agentes dos jogadores para pedir a liberação.

    Ele, porém, não acredita que os pivôs Anderson Varejão e Tiago Splitter, por exemplo, joguem no México devido às recentes lesões que sofreram, pois as franquias norte-americanas não devem liberá-los.

    "A NBA atrapalha o basquete da Fiba [a federação internacional]", afirma.

    A seleção masculina estreia no Pan de Toronto na terça (21), contra Porto Rico.

    "É uma coisa chata pela programação de treinos. Na cabeça do jogador a gente tem que estar lá e tentar a vaga. Mas atrapalha o projeto", disse o armador da seleção Vitor Benite.

    Segundo dirigentes brasileiros, ao menos três atletas (Guilherme Giovannoni, representante dos atletas, Marcelinho Huertas e Anderson Varejão) enviaram cartas diretamente à Fiba para tentar sensibilizar a entidade.

    Nem Magnano e nem Benites sabiam dessas cartas.

    ENTENDA O CASO

    Na manhã deste sábado (18), em um hotel em Toronto, durante a disputa do Pan, representantes do COB e da CBB apresentaram mais uma proposta à Fiba para quitação da dívida dos brasileiros com a entidade.

    Por causa dessa dívida, a Fiba ainda não confirmou as vagas do Brasil na Rio-2016. Os valores não foram revelados, mas ainda falta pagar cerca de US$ 700 mil (mais de R$ 2 milhões) referente ao convite que o país recebeu para jogar o Mundial da Espanha, em 2014 (pois não conseguiram a classificação em quadra na Copa América).

    "Eu adoraria responder todas as perguntas, mas vocês vão entender que a rua tem duas mãos. O papel do COB é político e de defender as seleções e os atletas. A confederação apresentou uma proposta muito boa à Fiba, e a Fiba considerou muito boa. Disse que está analisando e vai tomar a decisão no 'board' [comitê da entidade]", disse o presidente do COB, Carlos Athur Nuzman, após reunião de aproximadamente uma hora.

    Além de Nuzman, estavam no encontro o presidente da Fiba, o argentino Horácio Muratore, o secretário-executivo da entidade, Patrick Baumann, o presidente da CBB, Carlos Nunes, o chefe da missão brasileira no Pan e membro do COI (Comitê Olímpico Internacional), Bernad Rajzman, e o diretor de comunicação do COB, o general Augusto Heleno Pereira.

    Segundo Carlos Nunes, o dinheiro do pagamento vai sair da iniciativa privada. E o valor será parcelado. Um novo patrocinador da confederação brasileira pode entrar na jogada.

    "Nós vamos acertar. Quem vai pagar eu não posso dizer por causa da cláusula de confiabilidade", afirmou o presidente da CBB. "Está bem encaminhado. A proposta condiz com o que a Fiba tinha exibido. A Fiba foi sensível. Mas acertamos lá que não vamos falar os valores", completou.

    Além da parte financeira, os dirigentes brasileiros disseram que jogadores brasileiros enviaram cartas diretamente à Fiba. Eles dizem não saber o teor das cartas, mas citaram os nomes de Guilherme Giovannoni (representante dos atletas), Marcelinho Huertas e Anderson Varejão como alguns dos que estão tentando sensibilizar a federação internacional.

    "Eles [da Fiba] gostaram muito das cartas dos jogadores", disse Nuzman.

    Os pré-olímpicos masculino e feminino de basquete serão na Cidade do México e Edmonton, no Canadá, respectivamente.

    A competição feminina está marcada para o período de 9 a 16 de agosto. Ou seja, já após a reunião do comitê em Tóquio. O campeonato masculino será entre 31 de agosto e 12 de setembro.

    DÉFICIT

    A CBB fechou 2014 com déficit de aproximadamente R$ 13 milhões. A entidade está em negociações avançadas para ter os Correios (em substituição à Eletrobras) como segundo grande patrocinador, pois já tem o Bradesco como o principal. A Nike também patrocina a equipe.

    Segundo Nunes, entretanto, não será dos Correios nem de ajuda do governo que sairá o pagamento da dívida com a Fiba, mas provavelmente de uma nova empresa privada.

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