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    Segurança e imagem da liga de surfe pesaram para cancelamento de etapa

    ÉDER FANTONI
    DE SÃO PAULO

    20/07/2015 02h00

    Com a calma que já lhe é peculiar, o australiano Mick Fanning, 34, aguardava uma onda na bateria final da sexta etapa do Mundial de surfe, em Jeffreys Bay, na África do Sul, neste domingo (19).

    E logo nos primeiros minutos da disputa contra o compatriota Julian Wilson, 26, Fanning acabou surpreendido por um tubarão, foi atacado e teve que ser resgatado às pressas pelos seguranças.

    Após uma luta contra o animal, Fanning saiu do mar com alguns arranhões.

    "Eu estava sentado, parado e comecei a sentir algo ficar preso nas minhas pernas. Pulei instintivamente para tentar escapar. Eu comecei a gritar e a socá-lo. Eu estava só esperando os dentes dele virem em mim", disse.

    Em terra firme, Fanning chegou a chorar durante uma entrevista, bem como Wilson. Depois, curtiram um churrasco.

    Segundo a imprensa local, trata-se de um grande tubarão branco, que é o maior peixe predatório do mundo –pode medir até sete metros e chega a pesar duas toneladas.

    Logo após o incidente, a organização do campeonato decidiu dar fim ao evento.

    Esta é a primeira vez que uma etapa é cancelada por causa de ataque de tubarão.

    Pesou a segurança dos surfistas e a imagem da liga.

    "Foi a decisão mais sensata. Tanto Fanning quanto Wilson disseram que não entrariam mais no mar. Foram categóricos ao falar isso", disse à Folha, por telefone, Renato Hickel, diretor da liga.

    "Imagine se a gente coloca eles na água e acontece alguma coisa. Estaríamos ferrados para o resto da vida, porque sabíamos da presença de um tubarão", afirmou Hickel.

    Com o fim antecipado da etapa, Fanning e Wilson somaram 8.000 pontos e dividiram a premiação.

    Com isso, o brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, 28, se manteve na liderança da competição, com 33.200 pontos, Gabriel Medina, que também competiu neste domingo, foi eliminado nas quartas, assim como Alejo Muniz e Mineirinho.

    SEGURANÇA

    A área de competição é sempre monitorada. Em Jeffreys Bay, por ser uma área perigosa, há sempre uma lancha e dois jet skis na água, que estão lá só para observar a presença de tubarões.

    Na areia da praia, há salva-vidas e até olheiros, que estão sempre em alerta.

    No caso deste domingo, nada foi visto. Só foram notar a presença do tubarão quando o animal já estava atacando Fanning.

    Apesar disso, Hickel exaltou a rápida ação da equipe de segurança na água.

    "Eles deram uma grande demonstração. Em menos de dez segundos, já estavam lá para o resgate", afirmou.

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    Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress

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