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    Vela do Brasil tem o pior resultado em Pan neste século

    ITALO NOGUEIRA
    ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

    20/07/2015 02h00

    O objetivo da Confederação Brasileira de Vela era ter 100% de presença nos pódios dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O resultado acabou sendo o pior deste século.

    Um dos carros-chefes da delegação brasileira, a equipe de vela subiu em apenas seis dos dez pódios do esporte. Além disso, obteve apenas dois ouros e perdeu o topo do quadro de medalhas.

    O resultado, pior desde Winnipeg-99, combina os ventos fracos de Toronto, queixa dos velejadores e o foco na preparação para o evento-teste para a Olimpíada em agosto, no Rio.

    "O resultado reflete o enfoque que demos nas classes olímpicas. As condições de vento exigiriam um treinamento específico, o que não valia a pena se o nosso foco era 2016", afirmou Ricardo Lobato, chefe da delegação de vela no Pan.

    Os argentinos, que chegaram meses antes em Toronto para treinar no lago Ontário, ficaram em primeiro lugar no quadro de medalhas, conquistando três ouros, uma prata e um bronze.

    "Essa era a competição deles. Os argentinos apostaram tudo aqui. No Rio será diferente", disse Lobato, secretário-executivo da CBVela.

    Em Guadalajara-11, foram sete pódios com cinco ouros. No Rio-07 e Santo Domingo-03, três ouros em cada.

    O Brasil conseguiu em Toronto medalha nas quatro classes olímpicas em disputa –outras quatro não estão no Pan. Manteve também domínio no windsurf RS:X, com ouros de Ricardo Winicki, o Bimba, e Patrícia Freitas.

    Contudo, outros dois ouros esperados não vieram. O maior medalhista olímpico do país, Robert Scheidt, conquistou a prata. Ele disse ter encontrado dificuldades para se adaptar às condições de vento fraco no lago Ontário.

    Ele ficou entre os últimos nas três primeiras regatas. Recuperou-se depois, mas não superou o guatemalteco Juan Agüero. "Ninguém se preparou especificamente para o Pan. A equipe está treinando muito no Rio e focando no evento-teste. E as condições aqui foram bem extremas", disse Scheidt.

    A dupla campeã mundial na classe 49erFX, Martine Grael e Kahena Kunze, também ficou com a prata. O vento fraco beneficiou tripulações mais leves, caso das argentinas Victoria Travascio e Maria Branz, dez quilos mais leve do que as brasileiras.

    O principal objetivo das duas era ter experiência em competição multiesportiva com intensa cobertura da mídia, situação com a qual ainda não haviam convivido.

    "Colocamos muita pressão sobre a gente. Aprendemos muito aqui", disse Martine.

    Os piores resultados vieram de classes não-olímpicas. O Brasil não se classificou para a última regata em duas classes (Snipe e Hobie 16), além de não ter conseguido medalha em outras duas.

    A boa notícia veio com o bronze de Fernanda Decnop na classe Laser Radial. O resultado, o melhor da carreira da atleta, foi comemorado mesmo ela tendo perdido a prata na última regata.

    CONFIRA AS MEDALHAS DO BRASIL NO PAN-2015

    Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

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