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    Após ataque de tubarão, Mundial de surfe prepara mudanças na segurança

    ÉDER FANTONI
    DE SÃO PAULO

    20/07/2015 11h30

    Depois do ataque de um tubarão grande branco contra o australiano Mick Fanning, 34, no domingo (20), a WSL (Liga Mundial de Surfe) já pensa em mudanças na segurança dos surfistas.

    Fanning foi atacado enquanto disputava a bateria final da sexta etapa do Mundial, em Jeffreys Bay, na África do Sul, contra o compatriota Julian Wilson, 26.

    Os dirigentes da liga vão se reunir nos próximos dias para discutir formas para melhorar a segurança dos surfistas no mar.

    "Como em qualquer outro esporte, nós, obviamente, estamos sempre procurando melhorias nesse sentido. Sempre dá para fazer melhor. A gente vai ter reuniões para melhorar ainda mais a segurança dentro da água", disse Renato Hickel, diretor da liga, à Folha, por telefone.

    O dirigente, porém, ainda não sabe quais mudanças serão feitas.

    A área de competição das etapas do Mundial é sempre monitorada. Em Jeffreys Bay, por ser uma praia perigosa, há sempre uma lancha e dois jet skis na água, que estão lá só para observar a presença de tubarões.

    Na areia da praia, há salva-vidas e até olheiros, que estão sempre em alerta.

    No caso deste domingo, nada foi visto. Só foram notar a presença do tubarão quando o animal já estava atacando Fanning, que sofreu apenas alguns arranhões e curtiu até um churrasco depois.

    Assim que aconteceu o incidente, o narrador das baterias na praia pediu assistência dos jet skis e alertou para que todos saíssem do mar o mais rápido possível. A buzina que indica o fim da bateria foi tocada logo em seguida.

    Hickel exaltou a rápida ação da equipe de segurança, mas ressaltou que tubarões não são as únicas ameaças no surfe.

    Nas redes sociais, alguns fãs da modalidade criticaram a liga por realizar etapas em praias com grande risco de ataque desses animais.

    "Podemos muito bem ir para lugares em que não há tubarão. Mas o cara pode bater com a cabeça num recife e morrer. Pode bater com a cabeça num banco de areia, como aconteceu com um surfista que ficou tetraplégico. O esporte é perigoso de uma maneira geral", disse Hickel.

    Jeffreys Bay é uma das praias mais perigosas para a prática do surfe por causa da presença de tubarões.

    Os australianos Taj Burrow, 37, em 2003, e Michael Lowe, 38, em 2007, disseram que foram perseguidos por um durante uma bateria.

    A presença desses animais em eventos da liga não é tão incomum assim.

    Durante a terceira etapa deste ano, em Margaret River, na Austrália, um tubarão passou do lado do australiano Jay Davies, 28.

    O que surpreendeu mesmo a organização no domingo foi o ataque, algo sem precedentes no Mundial.

    Ainda de acordo com Hickel, um tubarão, possivelmente o mesmo que foi para cima de Fanning, foi visto novamente na praia cerca de 30 minutos depois da investida sobre o australiano.

    No fim das contas, a etapa foi cancelada. A segurança e a imagem da liga pesaram para isso.

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    Manobras do surfe; Crédito Ilustrações Lydia Megumi; Infográfico Alex Kidd e Pilker/Editoria de Arte/Folhapress

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