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    Invasão de site que promove traição domina noticiário canadense

    MARILIZ PEREIRA JORGE
    ENVIADA ESPECIAL A TORONTO

    21/07/2015 14h31

    Reprodução/ashleymadison.com
    Reprodução do site Ashley Madison
    Reprodução do site Ashley Madison

    Um dos maiores sites de traição do mundo tem sede aqui em Toronto, onde acontecem os Jogos Panamericanos. O site ganhou o noticiário junto com os resultados do Pan e o ataque de tubarão ao surfista Mick Fanning porque foi invadido por hackers.

    Como isso afeta os brasileiros? O site Ashley Madison está desde 2011 no país e o bandido que roubou as informações do site ameaça divulgar tudo. Nomes, fotos constrangedoras, fantasias sexuais, conversas, e-mails, documentos, celulares e endereços.

    Imagine que você resolve pular a cerca e apela para um serviço online para suas escapadas. Muito mais fácil. Não tem que dar em cima do colega de trabalho, não precisa dar em cima de ninguém no boteco. Você só precisa mandar seus dados pessoais, dados bancários e colocar lá umas fotos (sim, as pessoas colocam fotos!) e voilá! Um mundo de gente querendo pular a cerca com você aos seus pés.

    E um dia você acorda com a notícia de que suas atividades extraconjugais online -e o seu casamento- estão por um fio porque um dos funcionários, ou ex-funcionários, resolveu chantagear a empresa. Essa é a aposta de Noel Birdman, CEO da ALM (Avid Life Media), que controla a Ashley Madison e um outro site de encontros, o Estabilished Men.

    Essa história é melhor do que novela das oito. Estabilished Men é um site que promove o encontro de homens bem sucedidos e mulheres bonitas. Pois é. E foi acusado pelos hackers de ser, na verdade, um canal de prostituição e tráfico de pessoas.

    Mas qual é o motivo da chantagem? O grupo ou pessoa, que se identifica como The Team Impact, mandou um comunicado exigindo que os dois sites da ALM sejam tirados do ar porque o Full Delete, um serviço que custa U$ 19 (cerca de R$ 60), não apaga completamente as informações dos usuários e mantem dados no sistema da empresa.

    "Desativar o Estabilished Men e o Ashley Madison terá um custo para vocês, mas a recusa vai custar muito mais. A Avid Life Media será responsabilizada por fraude e dano extremo a milhões de usuários", diz um trecho da mensagem.

    Aqui no Canadá, a notícia não sai dos jornais e da TV. Assunto no caixa do supermercado e na plataforma do metrô. "Eu estou tranquilo porque não traio a minha mulher nem na internet nem na vida real", brincou o motorista de táxi canadense-iraniano Abdella Hassen, 30 anos vivendo no Canadá.

    "Muita gente não deve ter dormido direito essa noite", disse a garçonete Pamela Wilson. "Eu não dormiria!". A ALM autorizou que os usuários deletem seus perfis. Tarde demais, certo? Não precisa entender muito de tecnologia para saber que se o hacker levar as ameaças adiante o estrago será grande. São 37 milhões de contas no mundo. Muitas delas no Brasil.

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