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    Corrupção no futebol

    Del Nero mandou cartas para Marin na prisão, mas não ofereceu ajuda da CBF

    PAULO PASSOS
    EDITOR-ASSISTENTE DE 'ESPORTE'

    23/07/2015 02h00

    Preso na Suíça desde o dia 27 de maio, José Maria Marin pode se comunicar com cartas com parentes e amigos desde então. Do atual presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero, o cartola recebeu duas correspondências. A primeira um dia após ser detido; a outra, no último dia 3 de julho.

    Del Nero escreveu que considera o vice-presidente da entidade "um irmão", afirmou que lhe "deseja sorte" e que "reza para que ele deixe a prisão". O dirigente se colocou à disposição para ajudar o ex-presidente da CBF, mas não ofereceu auxílio da entidade.

    Desde que Marin foi preso, Del Nero tenta descolar a imagem do dirigente à da atual gestão da CBF. Um dia após a detenção, o nome de Marin que batizava o prédio da confederação foi retirado.

    O vice-presidente foi banido provisoriamente do futebol após a prisão na Suíça. Na quarta (22), a Fifa negou recurso da defesa do cartola, que tentava derrubar o veto que impede que ele participe de qualquer atividade no esporte.

    Marin é acusado de fraude, lavagem de dinheiro e conspiração envolvendo recebimento de propina em acordos para a transmissão de competições como a Copa América e Copa do Brasil.
    Quando foi preso na Suíça, ele recebeu auxílio da Conmebol com a contração de advogados. Até junho, o cartola já havia gasto cerca de R$ 1,9 milhão com advogado.

    UNHA E CARNE

    Durante a gestão de Marin na CBF, de 2012 a 2015, Marco Polo Del Nero foi vice-presidente da entidade e braço direito do cartola.

    O atual presidente da CBF participou da negociação e do fechamento de pelo menos 10 dos 13 contratos que a confederação tem com patrocinadores, segundo a Folha apurou. Eles foram firmados entre os anos de 2012 e 2015.

    Del Nero assinou o balanço de demonstrações financeiras da entidade de 2014, em abril, antes de assumir o cargo. O documento detalha todas as contas da confederação no último ano de gestão de José Maria Marin, incluindo os acordos de patrocínio da entidade, que totalizam uma receita de R$ 359 milhões no ano passado. Ele foi o único dos cinco então vices da entidade a fazê-lo.

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