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    Corrupção no futebol

    Zico pede apoio para a presidência da Fifa, mas ouvirá 'não' da CBF

    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    28/07/2015 18h10

    O ex-jogador Zico enviou uma carta à CBF pedindo a indicação da entidade para que possa se candidatar à presidência da Fifa, eleição que ocorrerá em 26 de fevereiro de 2016.

    A resposta ainda não aconteceu, mas a Folha apurou que a CBF não dará essa indicação nem irá apoiá-lo caso consiga registrar a candidatura.

    Isso fará o ex-jogador ter que procurar outra associação filiada à Fifa para indicá-lo (além disso, ele precisará do apoio de outras cinco federações para ter a candidatura registrada).

    Em 10 de junho, duas semanas depois de iniciar o escândalo de corrupção que assolou o futebol, e do atual presidente da Fifa anunciar que iria renunciar e convocar nova eleição, Zico lançou seu nome para o cargo.

    "Me sinto capacitado. É lógico que é necessário mudanças nas regras do jogo. A forma como existem as indicações é um prenúncio para a corrupção", afirmou na época em que avisou que pretendia se candidatar.

    Zico é um dos maiores ídolos do Flamengo, e atualmente é técnico de um time da Índia, o Goa, país que tenta crescer no cenário internacional do futebol.

    Ele também foi secretário nacional do Esporte, no mandato do ex-presidente Fernando Collor de Mello, entre 1990 e 1991. A pasta tinha status de ministério, e ele criou a base da lei que acabaria com o passe (que prendia os jogadores aos clubes mesmo após o fim dos contratos). Treze meses após assumir entregou o cargo sem ter apoio no Congresso para aprovar a lei.

    Segundo apurou a Folha, a CBF não cogita indicá-lo porque o ex-jogador tem histórico de confrontos com a entidade.

    No mesmo dia em que lançou seu nome à presidência da Fifa, Zico criticou os jogadores, principalmente os da seleção, que não se posicionam sobre as prisões de cartolas, como o ex-presidente da CBF, José Maria Marin – ele é acusado de receber propina para fechar acordos comerciais para as transmissões de torneios como a Libertadores e a Copa do Brasil.

    A CBF ainda não decidiu quem pretende apoiar na eleição de fevereiro, mesmo com a Conmebol caminhando para fechar com o francês Michel Platini, que nesta sexta teve confirmada sua candidatura.

    Na eleição de maio, que reelegeu Joseph Blatter, a CBF votou no atual mandatário, apesar de a indicação da Conmebol de votar em bloco no oposicionista Ali al Bin-Hussein.

    O fim dos registros de concorrentes à eleição para presidente da Fifa será no dia 26 de outubro. Oficialmente, a CBF apenas informa ter recebido a carta de Zico.

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