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    Melhor desarmador do Palmeiras, Gabriel também se destaca na criação

    GUILHERME SETO
    DE SÃO PAULO

    01/08/2015 02h00

    Zanone Fraissat/Folhapress
    O volante Gabriel faz embaixadinhas com a bola
    O volante Gabriel faz embaixadinhas com a bola

    Ao ouvir o pedido do fotógrafo para fazer embaixadinhas com a bola e equilibrá-la na cabeça, o volante Gabriel ri e diz: "essa não é muito a minha".

    O jogador de 23 anos tem feito valer no Palmeiras a fama de bom marcador que ganhou no Botafogo em 2014, quando foi o atleta que mais fez desarmes (105) no Campeonato Brasileiro.

    Ele é o principal responsável pelos desarmes do Palmeiras em 2015 e o terceiro melhor no quesito entre todos jogadores do torneio.

    Diferentemente do ano passado, quando teve a pior defesa do Brasileiro, o time fez do setor um de seus pontos fortes neste ano, especialmente com Marcelo Oliveira. Com o técnico, o Palmeiras sofreu apenas quatro gols em nove jogos. A média de 0,44 gols sofridos por jogo é melhor que a do São Paulo em 2007, o campeão com a mais baixa média da história dos pontos corridos (0,5).

    "Posicionamento, precisão e tempo de bola são os segredos do desarme. Mas eu não desarmo sozinho, todos têm papel fundamental. Facilita muito quando o adversário já chega pressionado, perdendo o controle da bola", conta o volante.

    Além disso, seu fôlego também é um diferencial. Em treino desta sexta (31), Gabriel permaneceu em pé brincando com a bola enquanto todos os demais sentaram durante pausa dada pelo técnico.

    "Sinto que algumas vezes eu estou mais inteiro que os adversários no final dos jogos, o que me ajuda a roubar mais bolas. Eu treino para ter mais 'caixa'", conta.

    Mas a modéstia de Gabriel pode esconder suas qualidades para além da defesa.

    Ele, cujas referências no futebol de hoje são Xabi Alonso, Busquets e Vidal ("ele é volante e meia, algo com que me identifico"), é o jogador que mais acerta viradas de bola no Brasileiro.

    Longe de ser um "brucutu", Gabriel é um roubador de bolas com recursos, um "ladrão de casaca", tal qual John Robie, gatuno interpretado por Cary Grant em filme do diretor inglês Alfred Hitchcock. Ele também tem papel fundamental na criação de jogadas da equipe armada por Marcelo Oliveira.

    "Ele mudou a filosofia de jogo. Fala para marcar muito e ser envolvente, não dar mais de dois toques na bola e acertar com rapidez a transição para o ataque", explica, acrescentando que o grande número de contratações fez com que o time oscilasse muito com Oswaldo de Oliveira.

    Fora da lista das contratações badaladas do Palmeiras na temporada, que conseguiu nomes como Dudu, Arouca e Cleiton Xavier, Gabriel comemora o protagonismo conquistado dentro de campo, reconhecido pela torcida.

    "A torcida apoia porque vê potencial. Arrepia ter a melhor média de público do campeonato. Dá prazer de estar dentro de campo, correr e dar alegrias para eles", diz.

    Para falar sobre os objetivos da equipe, o volante se livra da modéstia e enche a boca para falar de títulos –cuja escassez nos últimos anos tem perturbado o Palmeiras.

    "Todo mundo que está no Palmeiras hoje tem mentalidade campeã. A equipe técnica, a diretoria, os jogadores. O time vem forte para este ano e também para os próximos. O Palmeiras vai crescer, vamos subir na tabela, assumir a liderança e manter até o final. É o nosso objetivo. Cada jogo é uma decisão", conclui o volante.

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