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    Bronze no Mundial eleva Fratus a um novo patamar na natação

    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL A KAZAN

    09/08/2015 02h00

    Quando encontrou Florent Manaudou no deck da piscina da Arena de Kazan na sexta (7), logo após a eliminatória dos 50 m livre, Bruno Fratus brincou com o fato de ambos nadarem lado a lado a semifinal para a qual haviam acabado de se classificar.

    "Calma, que nós estaremos lado a lado também no pódio", previu o francês.

    Neste sábado (8), ao final da prova, as palavras de Manaudou soaram como profecia. No ponto mais alto do pódio, ele mirou à sua esquerda e encontrou o brasileiro.

    O francês, campeão olímpico da distância, triunfou em 21s19, melhor marca da história se não considerados os trajes de poliuretano permitidos entre 2008 e 2009 e banidos em 2010.

    O norte-americano Nathan Adrian, ouro nos 100 m livre nos Jogos de Londres-2012, levou a prata, com 21s52.

    Porém, o personagem do dia foi Fratus. O fluminense de Macaé, de 26 anos, faturou o bronze, com 21s55, um centésimo à frente do quarto, o russo Vladimir Morozov.

    Foi a quarta medalha brasileira em Kazan –houve pratas com Thiago Pereira (200 m medley), Nicholas Santos (50 m borboleta) e Etiene Medeiros (100 m costas).

    O resultado dá a Fratus uma láurea que custava a chegar. Consolidado entre os principais velocistas do mundo, com evolução constante, faltava um grande pódio.

    De bater na trave, ele já estava farto. Havia sido quinto na prova no Mundial de Xangai-2011 e quarto em Londres.

    Em 2013, sofreu uma lesão no ombro direito que careceu de cirurgia e lhe afastou de metade da temporada. Neste sábado, a espera terminou.

    A prova não teve Cesar Cielo, então tricampeão mundial, mas ninguém pode tirar o mérito de Fratus. Com a marca obtida, ele seria bronze também em Londres.

    "Não posso dizer que não estou feliz. Mas o que todos veem como bronze eu vejo a poucos centésimos da prata. Estou doido para voltar para casa e treinar", afirmou ele.

    Fratus disse isso porque já nadou mais rapidamente. Ano passado, ele chegou a cravar tempo de 21s41.

    Durante parte da carreira, Fratus viveu à sombra de Cielo. Nos últimos anos, passou a mudar essa percepção. A grande guinada veio com ao técnico australiano Brett Hawke (no fim de 2013), o responsável por lapidar Cielo.

    Hoje, Fratus mora e treina em Auburn, com a companhia da mulher, a ex-nadadora Michelle Lenhardt, e do cachorro deles, Harrison.

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