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    Imprevisível, baía da Guanabara vem sendo estudada por equipes de vela

    ITALO NOGUEIRA
    DE DO RIO

    15/08/2015 02h00

    Ricardo Borges/Folhapress
    Rio de Janeiro, RJ,BRASIL, 06- 06- 2015; Mulher protesta contra a poluicao da Baia de Guanabara e pede limpeza. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***
    Mulher protesta contra a poluição da baía de Guanabara

    Enquanto o lixo e a poluição dominavam as discussões sobre competições de vela na Olimpíada do Rio, oceanógrafos e meteorologistas se debruçavam para tentar desvendar outros desafios da baía de Guanabara.

    O local do evento-teste, que começa neste sábado (15), se tornou alvo de estudos de especialistas das principais equipes do mundo.

    Com a baía repleta de morros no entorno, os ventos mudam de direção rapidamente. Os acidentes geográficos submersos tornam as correntes marítimas irregulares. Já seu formato de funil torna a transição das marés mais intensas e imprevisíveis.

    Os britânicos, principal delegação do esporte, estudam o local desde 2009. Contam com o auxílio de empresas de medição e com o próprio meteorologista, Simon Rowell.

    "Como o Rio é bastante tropical, o clima aqui é bem energético. Há muito calor e muito mais energia. Assim as coisas podem mudar rapidamente", disse Rowell.

    Holandeses estão no Rio desde 2013, na Urca. Profissionais da Nova Zelândia têm residência em Santa Teresa. Franceses vêm ao Rio três vezes por ano desde 2012.

    O evento-teste vai contar com os principais atletas do esporte. O local nunca fez parte do calendário oficial da Isaf, embora tenha sediado competições internacionais.

    Durante o primeiro evento-teste, em 2014, equipes britânicas, norte-americanas e neozelandesas filmaram as regatas do Pão de Açúcar. Boias submersas foram instaladas na baía e estações meteorológicas, em botes.

    ATALHOS

    A instabilidade da baía é considerada uma vantagem pela equipe brasileira, que treina no local há anos.

    "Nessas condições, sobressai a técnica do velejador. A qualidade dos equipamentos influi menos", afirmou Torben Grael, maior medalhista olímpico do Brasil e diretor técnico da equipe nacional.

    Apesar disso, desde 2014, 22 meteorologistas e oceanógrafos da Coppe/UFRJ estudam a baía. Um meteorologista norte-americano também foi contratado.

    "Todos os equipamentos que eles [estrangeiros] têm, nós também temos. Com a vantagem de estarmos aqui o tempo inteiro e estudando por mais tempo. Vai ser determinante para conseguir uma medalha? Não sei. Mas não ter essa informação pode ser prejudicial", disse Júlio Noronha, supervisor de Ciência do Esporte do COB.

    Cada uma das seis raias de competições têm características específicas. Três delas estão dentro da baía enquanto as outras estão fora.

    O foco principal dos estudos é a raia próxima ao Pão de Açúcar, onde serão disputadas as regatas finais. Muitas vezes formam-se pequenos redemoinhos, dependendo da fase da lua e do vento.

    O norte-americano David Hughes, campeão mundial da classe 470, afirmou que os dados científicos devem ser lidos com parcimônia. "Algumas vezes, quanto mais informação você pega, menos você consegue usar", disse.

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