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    Brasileiro de 98 anos coleciona medalhas em disputa mundial

    RODOLFO LUCENA
    DE SÃO PAULO

    16/08/2015 02h00

    Philippe Desmazes - 7.ago.2015/AFP
    Brasileiros Fischer (à esq.) e Ussami na disputa dos 100 m para quem tem mais de 90 anos
    Brasileiros Fischer (à esq.) e Ussami na disputa dos 100 m para quem tem mais de 90 anos

    Nada menos que 14 octogenários e sete mulheres de 70 anos ou mais participam neste domingo (16) de uma maratona na França.

    Essa prova é um dos destaques do último dia de competições do Mundial de atletismo para veteranos. Modalidades como pentatlo, lançamento de dardo e revezamentos em pista completam o programa na cidade de Lyon.

    Desde o dia 4 passado, mais de 8.000 atletas de quase uma centena de nações participam da série de provas para maiores de 35 anos —há competidores muito mais velhos do que isso, como o brasileiro Frederico Fischer, que tem 98 anos.

    Diferentemente do que ocorre no Mundial da IAAF (a Associação Internacional das Federações de Atletismo, uma espécie de Fifa do atletismo), no campeonato de masters os atletas se enfrentam de acordo com suas faixas etárias, em blocos de cinco anos –a categoria M80, por exemplo, inclui homens de 80 a 84 anos; a classe W45 tem mulheres de 45 a 49 anos.

    Conforme a modalidade esportiva, o grau de dificuldade é adaptado à faixa etária. O dardo lançado por homens de 80 anos ou mais pesa 400 g, metade do peso do implemento usado por homens de 35 a 39 anos.

    Já no salto com vara para mulheres, a altura inicial estabelecida para a barra é de um metro para atletas de 80, e de 1,70 m para competidoras de 35 a 39 anos.

    O que não diminui em nada a competitividade e a ânsia por melhores marcas. Nesta sexta-feira (dia 14), o brasileiro Frederico Fischer, 98, completou sua jornada no Mundial conquistando a medalha de prata no lançamento de dardo (10,98 m).

    Foi o quinto pódio do veteraníssimo atleta, que antes havia vencido no lançamento do martelo (16,62 m) e conquistado o segundo lugar na sua categoria nos 100 m, no lançamento de disco e no lançamento do martelo.

    Ele é recordista mundial nos 100 m em duas categorias: M90 e M95.

    Fischer, aliás, não é o único recordista mundial da delegação brasileira, que levou 115 atletas para Lyon.

    Yoshiyuki Shimizu é o dono das melhores marcas da história nos 100 m e nos 200 m para homens de 85 a 89 anos; neste Mundial, o atleta de 87 anos confirmou seu retrospecto, vencendo nas duas distâncias. Também foi campeão no salto triplo.

    Provas mais longas não assustam os veteranos, que mostram invejável disposição, participando de várias competições.

    É o que demonstra a brasileira Margarida Hochstatter: ela disputou os 5.000 m, os 8.000 m e ainda os 10.000 m na categoria W80 (mulheres de 80 a 84 anos). Foi prata nas três provas.

    Na maratona deste domingo, o Brasil tem meia dúzia de representantes, de acordo com a lista de atletas inscritos para a prova.

    São duas mulheres e quatro homens, em diversas categorias. O mais velho é Gabriel Garcia, que compete na faixa de 65 a 69 anos e chega à prova com a invejável marca de 2h58.

    BOM DESEMPENHO

    De acordo com o balanço oficial do último dia 12 (o mais recente divulgado pelos organizadores), a equipe do Brasil contabilizava seis medalhas de ouro, sete de prata e oito de bronze.

    Os 21 pódios davam ao país a 18ª colocação no quadro de medalhas –muito melhor do que o Brasil conquistou no último Mundial da IAAF, realizado em Moscou em 2013, quando o país não obteve nem uma medalha.

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