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    Federação de Atletismo restringe teste de sangue para a elite em Mundial

    DE SÃO PAULO

    18/08/2015 21h03

    Srdjan Suki/Efe
    Atletas competem nas eliminatórias dos 200 m feminino no Mundial de Atletismo de 2013
    Atletas competem nas eliminatórias dos 200 m feminino no Mundial de Atletismo de 2013

    A IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo, em inglês) irá abandonar a sua política de examinar amostras de sangue de todos os atletas no próximo Mundial de Atletismo, a ser disputado em Pequim, na China, entre os dias 22 e 30 de agosto. A informação é do jornal britânico "The Guardian".

    De acordo com a associação, um sistema aprimorado será introduzido para examinar a amostra de sangue dos competidores de elite, apesar de manter a obrigatoriedade do teste de urina para todos os participantes.

    Nos Mundiais anteriores –Daegu, em 2011, e Moscou, em 2013–, todos os atletas precisaram fornecer uma amostra de sangue. Por isso, a decisão de reduzir a escala dos exames antidoping surpreendeu aos atletas, principalmente por acontecer em momento em que há denúncias de violação de regras de controle.

    Para a IAAF, não se trata de suavizar o combate ao uso de substâncias proibidas. A entidade argumenta que a mudança visa aumentar o foco sobre um grupo de 600 a 700 atletas do alto escalão, além de destacar que os testes para o Mundial iniciaram há seis meses, com métodos mais sofisticados.

    "A IAAF coletou uma amostra de sangue de cada atleta nos dois Mundiais de Atletismo em um período quando visava estabelecer o passaporte biológico. Mais dois anos se passaram, o passaporte está agora bem estabelecido e mostrou ser uma ferramenta efetiva não apenas para descobrir violações às regras antidoping, mas também como uma fonte de inteligência para o teste de atletas específicos. A IAAF coletará entre 600 e 700 amostras sanguíneas nesta edição do Mundial e a maioria delas serão amostras com alvo determinado. O foco desta vez será a detecção e atletas de elite e não mais a dissuasão e avaliação em massa", afirmou um porta-voz da associação em um comunicado.

    O "The Guardian" diz que a justificativa não teve aceitação universal. Os críticos sustentam que a mensagem é confusa e decepcionante, e há temores de que incentive o uso de substâncias ilegais entre competidores não considerados de elite.

    A decisão da IAAF acontece após alegações de doping no atletismo feitas pelo jornal britânico "The Sunday Times" e pela emissora de TV alemã ARD/WDR. Os veículos acusam a IAAF de impedir a publicação de um estudo no qual até um terço dos atletas de elite confessava ter violado regras antidoping.

    Na semana passada, a IAAF anunciou a suspensão de 28 atletas após reanálise de exames considerados suspeitos.

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