O São Paulo está em "rota de colisão com um muro" e "não resta muito tempo até a explosão". Essa é a avaliação do Itaú BBA, o banco de investimentos do grupo Itaú, que faz anualmente uma análise do balanço dos clubes de futebol. O time tricolor se encontra em um dos piores cenários, segundo o relatório.

Para cada time, a instituição financeira dá um título que mostre a conclusão em relação ao momento que vive. No caso da equipe paulista, ele é "se autodestruirá em 3, 2, 1...", revelando uma percepção catastrófica sobre os cofres do Morumbi.

"Redução de receitas, custos e investimentos elevados sem retorno em campo ou com venda de atletas, dívida elevada para suportar estes investimentos, que gera custos financeiros elevados. E parte disso bancada com adiantamentos, que significa que faltará receita no futuro. O resultado é falta de dinheiro, salários atrasados. E, para ajudar, política interna em ebulição e total falta de transparência", diz o Itaú sobre a gestão do presidente Carlos Miguel Aidar.

Como solução, o banco aponta alguns passos a serem dados, como renegociação das dívidas e diz que a venda de atletas deve acontecer –o que a diretoria já vem fazendo desde o início do ano: oito jogadores foram embora desde a chegada do técnico colombiano Juan Carlos Osorio.

"Como solucionar? Não é simples. Primeiro tem que ter governança e transparência, além de paz interna. Tem que renegociar dívidas, alongando-as. Tem que reduzir drasticamente investimentos e custos, com venda e dispensa de atletas. E ter determinação para manter estas condições. Claro, a torcida precisa ter paciência. Ou seja, é uma ação de choque, mas o pino foi puxado e não resta muito tempo antes da explosão", termina.

Depois da última derrota, no fim de semana, para o Flamengo, por 2 a 1, no Maracanã, o técnico do time Morumbi chegou a deixar no ar a possibilidade de ir embora. No dia seguinte, porém, segundo o vice-presidente de Futebol, Ataide Gil Guerreiro, a diretoria convenceu Osorio a permanecer no comando, prometendo um time excelente para 2016.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o São Paulo disse que a diretoria ainda não teve contato com a análise do banco e por isso não vai se manifestar. O departamento financeiro do clube não atendeu às ligações da reportagem.