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    Santos Dumont fechado nos Jogos deve cancelar 100 voos por dia

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    27/08/2015 02h00

    O fechamento parcial do aeroporto Santos Dumont durante os 11 dias das competições de vela nos Jogos do Rio é visto como "crítico" por Ronaldo Jenkins, diretor de segurança e operações de voo da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).

    Para o executivo, a falta de planejamento e de agilidade para ratificar a decisão –que seu órgão condena– põe em risco o "bom atendimento e conectividade de quem vem para assistir à Olimpíada".

    A Abear estima que 150 mil passageiros serão prejudicados com o cancelamento de cerca de 104 voos por dia durante as disputas de vela.

    "Onde botar esses 150 mil passageiros? É uma incógnita. O Galeão já não tem mais capacidade para absorver todos esses voos. Não vamos atender na plenitude a oferta que tínhamos no Santos Dumont", complementou.

    "Não temos como impedir. Já colocamos nossa posição através de ofício, posicionamento e nota. Mas a decisão é do governo", contou.

    Segundo Jenkins, a data limite para encerrar o assunto era até o dia 5 de agosto, ou seja, um ano antes do megaevento, o que não aconteceu.

    Vanderlei Almeida/AFP
    Avião se aproxima do aeroporto Santos Dumont, no Rio
    Avião se aproxima do aeroporto Santos Dumont, no Rio

    O COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Comitê Organizador da Rio-2016 chegaram a pedir dez horas de suspensão de voos no espaço aéreo próximo ao aeroporto por causa da ação de helicópteros para fazer a transmissão e por influência do vento gerado nos barcos.

    Mas a solicitação foi considerada exagerada, e aí foi lançada a discussão por alternativas. Atualmente, fala-se em interrupção de quatro horas e meia nas datas, porém não houve definição do governo federal, segundo o ministro George Hilton (Esporte) disse em sabatina na Folha.

    O atraso na definição impede que haja bloqueio na comercialização dessas passagens que compreendem as datas de disputas da vela, entre 8 e 18 de agosto de 2016.

    Isso poderia gerar, eventualmente, prejuízo para companhias aéreas, que começam a disponibilizar bilhetes aos consumidores mais de 300 dias antes dos voos.

    "Essa decisão tem que ser tomada o mais rapidamente possível para diminuir o impacto", disse Jenkins. "Será preciso remanejar esses passageiros já reservados para a nova oferta que será feita".

    Nesta quarta (26), houve reunião entre autoridades aéreas em Brasília para avaliar a questão, na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), para discutir soluções que minimizem o problema.

    Jenkins afirmou que propostas foram feitas ao COI, que "foi enfático". A ideia sugerida foi intercalar, em 2016, partidas e chegadas de aeronaves nos intervalos da vela.

    Ele citou uma prova de corrida aérea realizada na enseada de Botafogo em 2007. "Fizemos acordo em que nós operávamos nos intervalos. Tudo pode ser coordenado a depender do nível de negociação. Mas o COI não quer".

    Na terça (25), o presidente do comitê organizador da Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, disse em evento em São Paulo que o espaço será fechado.

    Um dia antes, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que o interrupção parcial de voos no Santos Dumont nos Jogos não será um problema.

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