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    Corrupção no futebol

    CBF recorre ao Supremo contra quebra do sigilo de Del Nero

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    26/08/2015 22h21

    A CBF entrou nesta quarta (26) com um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.

    O pedido está com o ministro Luiz Edson Fachin, que já deu 24 horas para o presidente da CPI do Futebol, senador Romário (PSB-RJ), apresentar sua argumentação.

    Na semana passada, os senadores da CPI quebraram o sigilo fiscal do cartola e do empresário Wagner Abrahão, parceiro comercial da CBF.

    No recurso, os advogados da entidade consideram a decisão dos senadores arbitrária. Fachin assumiu o cargo em junho na cadeira deixada pelo ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou no ano passado.

    Em abril, a Folha revelou que Del Nero comprou de Abrahão por R$ 5,2 milhões uma cobertura dúplex de mais de 300 metros quadrados na Barra da Tijuca, zona nobre do Rio.

    O apartamento pertencia a uma empresa dos filhos de Abrahão. O empresário morava no imóvel.

    Del Nero e Abrahão negam conflito ético na negociação.

    No negócio, o presidente da CBF e seu filho repassaram também ao empresário por cerca de R$ 410 mil uma outra cobertura no prédio. O dúplex valeria no mínimo cerca de R$ 4 milhões, de acordo com especialistas em apartamentos de luxo.

    Abrahão é dono do Grupo Águia, que faz todas as viagens da seleção e dos clubes que disputam as Séries B, C e D do Campeonato Brasileiro, entre outros negócios.

    VIAGEM CANCELADA

    Del Nero decidiu nesta quarta ficar de fora da viagem da seleção brasileira aos EUA. O dirigente marcou até uma reunião na segunda (31) na sede da CBF, no Rio.

    A viagem da delegação está marcada para a noite de domingo (30) no aeroporto de Guarulhos. A seleção fará dois amistosos nos EUA a partir do dia 5 de setembro.

    O encontro na CBF servirá oficialmente de justificativa para a ausência de Del Nero da viagem. A pauta da convocação indica apenas questões burocráticas, como "aprovação da ata de reunião anterior, relatório de atividade dos presidentes e dos diretores e assuntos gerais".

    Após a prisão de José Maria Marin em maio, o presidente da CBF não deixou mais o Brasil. Na época, Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela Justiça americana em um suposto esquema de corrupção.

    Após as prisões, Del Nero deixou a Suíça com destino ao Brasil e não participou do pleito que reelegeu Blatter.

    O presidente da CBF é suspeito de integrar o esquema de corrupção.

    Nesta terça (25), ele ficou de fora da reunião do Comitê Executivo da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Ele e o boliviano Carlos Chávez foram os únicos presidentes de entidade que não participaram do encontro nesta terça-feira (25) no Paraguai.

    Del Nero enviou como representante do país, Fernando Sarney, um dos vices-presidentes da CBF e filho do ex-presidente José Sarney.

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