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    Acusados de matar torcedor com vaso sanitário são condenados no Recife

    DE SÃO PAULO

    03/09/2015 00h58

    Três acusados de matar um torcedor e ferir outros três foram condenados a mais de 20 anos de prisão no Recife. Os réus são acusados de arremessar dois vasos sanitários da arquibancada do estádio do Arruda, depois de uma partida de futebol em maio de 2014.

    Após mais de 12 horas de julgamento, o trio foi condenado por homicídio consumado pela morte de Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26, e por três tentativas de homicídio contra outros torcedores feridos por estilhaços.

    A maior pena foi para Everton Filipe Santiago Santana, condenado a 28 anos e nove meses. Luiz Cabral de Araújo Neto pegou 25 anos, sete meses e 15 dias, e Waldir Pessoa Júnior foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão.

    O CASO

    Silva era torcedor do Sport e foi morto quando saía do estádio após um jogo entre Santa Cruz e Paraná, pela Série B do Brasileiro. Ele foi atingido por uma das duas privadas arremessadas do alto da arquibancada.

    Silva estava com a torcida do Paraná em rua dos fundos do estádio, e morreu na hora. Outros três torcedores atingidos por estilhaços dos vasos sobreviveram.

    Segundo a polícia, houve uma briga entre as torcidas organizadas dos dois times após o jogo. Os réus teriam voltado ao estádio para procurar pedras. Como não encontraram, arrancaram com chutes as privadas do banheiro feminino e foram para a arquibancada esperar os torcedores do Sport passarem do lado de fora.

    Carlos Ezequiel Vannoni/Agencia JCM/Fotoarena
    Polícia avalia local onde o torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva morreu
    Polícia avalia local onde o torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva morreu

    COMOÇÃO

    Antes da decisão, o encontro de familiares e amigos de Silva no fórum foi marcado por comoção. Eles vestiam uma camisa em homenagem à vítima.

    "Tenho pedido muito a Deus que ele venha dar sabedoria e inteligência a todos que fazem parte da Justiça para que deem uma sentença merecida e justa para esses criminosos, para que eles não fiquem impunes, para que não venham mais matar e destruir famílias", disse Joelma.

    Segundo o pai de Silva, ele e a ex-mulher não pretendiam ir à audiência, pois achavam que não suportariam o sofrimento, mas mudaram de ideia em cima da hora.

    "Eu quero estar perto para ver a condenação deles, eles têm que pagar pelo crime que cometeram. Choro e sofro muito, esse sofrimento não vai acabar nunca, vai ficar para sempre", disse emocionado.

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