A votação do parecer sobre acúmulo de cargos do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) como parlamentar e presidente da CBF foi adiada na reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara Federal nesta terça (15), após cinco deputados pedirem vista.

A argumentação do relator da CCJ, o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PC do B-MA), de que não há problema no acúmulo desde que a CBF não goze de favor decorrente de governo, foi duramente criticada pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC).

Durante a reunião, Amin citou que o cargo de presidente da CBF é muito bem remunerado, o que proibiria o acúmulo devido ao Código de Ética da Câmara Federal. Também questionou o fato de partidas organizadas pela CBF serem realizadas em espaço público.

Estima-se que o presidente da confederação receba cerca de R$ 150 mil mensais. Marcus Vicente é um dos cinco vice-presidentes da CBF, e o mais próximo do atual mandatário, Marco Polo Del Nero,que pode pedir licença do cargo para se defender de acusações caso seja envolvido no esquema de corrupção investigado pelo Departamento de Justiça dos EUA.

Como vice, Vicente tem direito a receber uma remuneração de R$ 15 mil.

Esperidião Amin é deputado por Santa Catarina, mesmo estado de um dos outros vices da CBF, Delfim Peixoto, que é o primeiro na linha sucessória de Del Nero por ser o vice mais velho – José Maria Marin, que era o mais idoso, está preso na Suíça acusado de receber propina para fechar contratos comerciais com empresas de marketing esportivo.

Se Del Nero se licenciar, e não renunciar, ele pode indicar seu vice, no caso Vicente.

Com o pedido de vista, a CCJ deve analisar o assunto somente na próxima semana.