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    Calor pode fazer CBF aumentar paradas médicas e reduzir jogos às 11h

    CAMILA MATTOSO
    DE SÃO PAULO

    25/09/2015 02h00

    As altas temperaturas preocupam o futebol brasileiro. E não é só no Piauí, onde seis jogadoras desmaiaram nesta quarta (23), em uma partida disputada sob o calor de mais de 40ºC.

    A CBF avalia duas medidas. Primeiro, permitir a realização de "paradas médicas" também nos jogos da tarde. Atualmente, essas interrupções de três minutos praticamente se restringem às partidas das 11h aos domingos.

    Além disso, os jogos matutinos podem ocorrer com uma frequência menor e até deixar de acontecer.

    Nessa última hipótese, os confrontos de Santos e Internacional, na Vila Belmiro, e Atlético-PR e Ponte Preta, na Arena da Baixada, previstos para este domingo (27), podem ser os últimos às 11h, horário do Brasileiro lançado nesta temporada.

    O mais provável, contudo, é que aconteçam com menos regularidade.

    Em reunião na quarta (30), a Comissão Nacional de Médicos da CBF vai analisar dados de todas as rodadas para definir que medidas tomar.

    O novo horário caiu no gosto dos torcedores, mas tem causado chiadeira entre os jogadores, que se queixam das mudanças da alimentação e, especialmente, do calor.

    "Horrível", comentou sobre a experiência o meia corintiano Renato Augusto à Folha há duas semanas.

    Para o médico do Santos, Rodrigo Zogaib, a partida pela manhã tem levado a um aumento das queixas de cansaço por parte dos atletas do Santos, que joga pelo terceiro final de semana seguido às 11h.

    "Fisiologicamente, não é benéfico. Além do cansaço, há mais dores musculares."

    RISCO À SAÚDE

    Para monitorar a situação dentro de campo, a CBF tem utilizado um aparelho desenvolvido para a Marinha dos EUA, chamado WBGT.

    O instrumento faz um cálculo levando em conta quatro aspectos: temperatura, umidade do ar, vento e impacto da radiação solar.

    A partir desses dados, o aparelho fornece um índice que permite avaliar o risco para os atletas.

    A Fifa, que também usa a tecnologia, diz que 32 é o número máximo dessa equação para que não haja perigo à saúde dos atletas.

    Segundo o presidente da Comissão Nacional de Médicos, Jorge Pagura, nenhum dos jogos do Brasileiro deste ano chegou a esse limite.

    "Já estamos estudando a tendência da temperatura nas próximas semanas. Ou vamos cancelar os jogos das 11h ou faremos um rodízio maior e escolheremos regiões menos sujeitas às altas temperaturas", disse Pagura à Folha.

    "Apesar de ser um sucesso de público e renda, levando famílias aos estádios, a prioridade é a segurança da vida dos atletas", completou.

    Neste fim de semana, a previsão é de temperaturas um pouco mais amenas nas partidas das 11h. Em Santos, deve ficar entre 20ºC e 28ºC, segundo a Climatempo. Em Curitiba, entre 15ºC e 20ºC.

    A partida entre São Paulo e Palmeiras (16h no Morumbi) deve ocorrer sob temperatura entre 17ºC e 29ºC.

    O CALOR COMO RIVAL

    Por que a alta temperatura é um risco para o atleta?

    O PROBLEMA

    Altas temperaturas podem provocar hipertermia, que é o aumento excessivo da temperatura do corpo

    OS SINTOMAS

    Editoria de Arte/Folhapress
    O CALOR COMO ADVERSÁRIOPor que a alta temperatura é um risco para o atleta?

    > Confusão mental
    > Náuseas
    > Vômitos
    > Aumento da frequência cardíaca
    > Perda de coordenação
    > Câimbras

    O QUE FAZER NA "PARADA MÉDICA"

    > Ingerir frutas
    > Beber águas e isotônicos
    > Consumir carboidrato
    > Usar toalha molhada

    TEMPERATURA

    Segundo a Climatempo, a temperatura máxima em São Paulo, no domingo (27), será de 29ºC e a mínima de 17ºC

    HORÁRIO DE VERÃO

    O horário de verão terá início no Brasil em 18 de outubro; horários das partidas do Brasileiro podem ser alterados

    TIMES QUE MAIS JOGARAM ÀS 11H

    Chapecoense - 5 jogos
    Coritiba - 5 jogos
    Joinville - 5 jogos
    Ponte Preta - 5 jogos
    Goiás - 4 jogos

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