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    Corrupção no futebol

    Assessor da candidatura de Zico diz que eleição da Fifa tem regras viciadas

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    25/09/2015 17h27

    Um dos coordenadores da candidatura de Zico à presidência da Fifa, o advogado Pedro Trengrouse não acredita que a abertura de uma ação criminal contra Joseph Blatter, anunciada nesta sexta-feira (25) pela Procuradoria-geral da Suíça, resulte em grandes mudanças no cenário eleitoral.

    Em entrevista à Folha, Trengrouse afirmou que as regras da eleição favorecem quem tem vínculos com a atual administração.

    "Uma nova eleição não resolve os problemas da Fifa. Como esperar mudanças de uma eleição com regras viciadas?", disse.

    Trengrouse defende que atletas, treinadores, clubes, árbitros e até mesmo torcedores deveriam ter participação na eleição. Hoje, apenas associações nacionais têm direito a voto.

    "Enquanto não houver transparência nas discussões, e o colégio eleitoral não for ampliado para que todos participem abertamente, haverá espaço de sobra para a corrupção", afirmou.

    Apesar do pessimismo quanto às mudanças na Fifa, o coordenador disse que a estratégia utilizada por Joseph Blatter para se distanciar dos escândalos da entidade cai por terra com o anúncio da investigação.

    "Ainda é cedo para avaliar os desdobramentos, mas uma coisa é certa: se sabia da corrupção, era cúmplice, se não sabia, incompetente".

    BLATTER

    A decisão da Procuradoria-Geral da Suíça foi tomada por suspeitas de irregularidades cometidas pelo dirigente na assinatura de um contrato em 2005 com a Federação Caribenha de Futebol, na época comandada por Jack Warner, ex-presidente da Concacaf.

    O comunicado do Ministério Público diz ainda que Blatter é suspeito de ter feito um pagamento irregular no valor de 2 milhões de francos suíços (R$ 8,3 milhões) ao presidente da Uefa, o francês Michel Platini, com recursos da Fifa, em 2011, referente a serviços prestados entre janeiro de 1999 e junho de 2002.

    Platini é o candidato favorito à sucessão de Blatter na eleição marcada para fevereiro, convocada após o atual presidente abrir mão do cargo em junho em meio ao escândalo que atinge a entidade.

    ZICO

    O ex-jogador brasileiro Zico afirmou nesta quinta-feira (24), em Zurique, na Suíça, que tem dificuldades em obter apoio à presidência da Fifa porque federações nacionais temem retaliação das confederações continentais.

    "Temos uma coisa criada nas confederações que é a votação em bloco e isso tira a independência das federações, que temem ser retaliadas. Há uma pressão muito grande", afirmou, em entrevista coletiva em um hotel na cidade suíça.

    Zico passou a semana em Zurique para apresentar a cartolas sua candidatura à presidência da Fifa na eleição marcada para 26 de fevereiro de 2016. Pelas regras, para poder disputar, ele precisa obter o apoio de pelo menos cinco das 209 federações filiadas.

    O prazo limite para conseguir as indicações e lançar oficialmente a candidatura é 26 de outubro. "Se não acontecer nada, minha vida não vai mudar", afirmou.

    O brasileiro se reuniu na terça (22) com o presidente Joseph Blatter, quando entregou uma carta em que critica as regras para a disputa. O favorito na eleição é o presidente da Uefa, Michel Platini.

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