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    Empresas do Pacto pelo Esporte assinarão acordo por patrocínio

    MARCEL MERGUIZO
    DE SÃO PAULO

    27/09/2015 02h00

    Gaspar Nóbrega - 7.set.2014/CBB/Bradesco/Divulgação
    Os jogadores Raulzinho (esq.), Nenê e Marquinhos se abraçam após a vitória da Seleção Brasileira
    Os jogadores Raulzinho (esq.), Nenê e Marquinhos se abraçam após a vitória da Seleção Brasileira

    Em 5 de agosto de 2016 o esporte brasileiro terá um marco na sua história com a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio. Outra data, porém, é tratada por alguns setores como significativa para mudanças que vão além da Olimpíada: 28 de outubro de 2015.

    Será neste dia que a maior parte das 25 empresas que criaram o Pacto pelo Esporte deve assinar o acordo setorial que visa estabelecer e unificar regras mais rigorosas de gestão, integridade e transparência e impô-las a confederações, federações e clubes que recebem dinheiro. As companhias também terão de seguir certas cláusulas.

    Estão no pacto algumas das principais patrocinadoras do esporte e patrocinadores da Rio-2016, como Bradesco, Correios, Coca-Cola e McDonald's (veja lista abaixo).

    A iniciativa é da organização Atletas pelo Brasil, com o Instituto Ethos e a entidade empresarial LIDE Esporte.

    "Queremos continuar patrocinando o esporte, mas dentro de certas regras que determinam alternância de mandato, publicação de balanços financeiros, com atletas na diretoria. Quem estiver dentro do código de conduta vai receber patrocínio de uma maneira mais expressiva", afirma o presidente da LIDE Esporte, Paulo Nigro.

    O pacto tem itens baseados na lei anticorrupção, em vigor desde janeiro de 2014, e nas alterações de 2013 na Lei Pelé, que limitaram mandatos de cartolas e obrigaram maior participação de atletas em decisões das entidades.

    "A expectativa é mudar o esporte no Brasil. Um saneamento na relação das empresas com os patrocinados, garantir que o recurso vai chegar lá na ponta, ao atleta", diz Jorge Abraão, diretor-presidente do Instituto Ethos.

    Patrocinador da Rio-2016 e de nove esportes olímpicos do país, o Bradesco teve de agir de maneira mais incisiva dentro de uma das confederações que apoia em 2015.

    O banco e a Nike pagaram uma dívida que a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) tinha com a Fiba (federação internacional) para as seleções brasileiras terem direito à vaga na Rio-2016.

    "Na confederação dissemos: 'o problema não é antecipar pagamentos, mas o que muda nessa trajetória, na visão de melhoria do processo de governança, de transparência, de prestação de contas'. Essa é a contrapartida maior que qualquer um pode ter", diz Jorge Nasser, diretor de marketing do Bradesco.

    Segundo ele, "existe um potencial muito grande na melhoria da gestão de todas confederações" e, por isso, é importante um pacto setorial.

    "É um processo de seleção natural. As confederações que não se adequarem em um futuro próximo vão deixar de contar com patrocinadores. Nenhuma marca vai se atrelar à ineficiência", conclui.

    Divulgação
    Atletas olímpicos e paraolímpicos do Time Nissan, com patrocinados da empresa
    Atletas olímpicos e paraolímpicos do Time Nissan, com patrocinados da empresa

    TIMES PRÓPRIOS

    Muitas empresas decidiram criar até as próprias equipes rumo à Rio-2016.

    "Preferimos investir diretamente nos atletas para evitar qualquer problema de conexão com confederação ou federação. E a Equipe Furnas, com 40 atletas, dá essa percepção de que eles realmente vestem a camisa da empresa", diz Leandro Rosa, gerente de marketing de Furnas.

    A empresa dá o que chama de "ajuda mensal" a atletas, de campeões olímpicos como Arthur Zanetti e Cesar Cielo a outros de vôlei de praia, ginástica e paraolímpicos.

    Mas há companhias que têm um time, como a Nissan, sem pagar salários aos atletas. Estes ganharam um carro e acompanhamento regular fora das competições.

    "O time é espelho do posicionamento da empresa, como a ousadia de apostar em atletas que são esperanças", diz a gerente de patrocínio da Nissan, Eva Ng Kon Tia sobre o programa de incentivo que tem 30 atletas, a maioria jovens promessas do país.

    Com 24 atletas em seu time de patrocinados, a Embratel diz que não os escolhe "só pelo desempenho, mas também pelo perfil, alinhado com os valores da empresa". Segundo Marcello Miguel, diretor executivo, apoiando o atleta individualmente. "contribuímos para que ele possa focar 100% em performance".

    O apoio direto a atletas não é um fenômeno recente. Antes do Pan-2007, no Rio, Oi, Samsung e Bombril criaram seus próprios times, que não duraram um ciclo olímpico.

    Agora, resta saber quem vai permanecer pós-2016.

    VEJA QUEM ASSINA

    Aché, Ambev, Ápice, Banco do Brasil, Bradesco, BRF, Centauro, Coca-Cola, Construtora Passarelli, Correios, Decathlon, Ernst & Young, Estácio, Gol, Itaú Unibanco, Johnson & Johnson, McDonald's, Nestlé, P&G, Pão de Açúcar, Somos Educação, TAM, TetraPak, Vivo e Volkswagen.

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