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    Estádio como está é incapaz de gerar receita, diz arquiteto do Corinthians

    CAMILA MATTOSO
    DE SÃO PAULO

    01/10/2015 09h16

    A Odebrecht anunciou na noite desta quarta-feira (30) que deixou as obras da Arena Corinthians. Embora no clube seja unanimidade de que muito se falta fazer para o estádio ficar pronto, a construtora informou em nota que terminou a sua parte, completando tudo o que estava dentro dos R$ 985 milhões do contrato.

    O arquiteto da casa do time alvinegro, Anibal Coutinho, enxerga uma série de problemas na arena, apontando para um ritmo caótico na execução da obra, como mostra um relatório por ele assinado, revelado pela Folha.

    Minutos antes da Odebrecht revelar que estava deixando a obra, nesta quarta, o arquiteto falou com a Folha e criticou a situação atual da arena.

    "O estádio do jeito que está não tem capacidade de gerar receitas. É impossível gerar receita assim. Há muitas coisas que precisam ser finalizadas na obra", disse Coutinho.

    "A arena está com a imagem abalada. A obra deveria ter acabado no final de 2014. se arrastou até agora. Isso tem um impacto grande", completou.

    Na avaliação de Anibal, o estádio só vai começar a dar frutos a partir de 2017. A explicação dada por ele é que nesta altura do campeonato, a maioria das empresas já destinou seus investimentos a algum projeto e será difícil de conseguir parceiros para o próximo ano, que ainda tem a Olimpíada.

    O pedido de extensão de carência, para que o pagamento do empréstimo seja interrompido agora e só volte a ser feito daqui a um ano e meio, também vai ser um problema para os cofres do clube.

    "O aumento da carência, embora seja uma tentativa de equacionar as contas, vai prejudicar muito. Vai demorar mais para pagar e portanto só vai ter o lucro de verdade mais tarde também. Algum fruto, eu imagino, só para depois de 2017", defendeu o arquiteto.

    "A área de ativação de patrocinadores, que é muito importante, está no contrapiso em sua boa parte. Os eventos ficam muito prejudicamos, sem capacidade de ganhar com isso", finalizou.

    Sem querer analisar a parte arquitetônica, Anibal Coutinho foi claro sobre como vê o estádio neste momento: "na parte de geração de receita, de autonomia para o Corinthians, está muito longe de ficar pronto".

    Após a nota emitida pela Odebrecht para a Folha, a reportagem tentou de novo entrar em contato com o arquiteto, mas disse não querer entrar em polêmica com a construtora.

    O escritório de Anibal é o responsável por acompanhar a execução do projeto arquitetônico até a entrega do Certificado de Aceitação Final.

    Em sua nota, a construtora exalta os recorrentes recordes de público em Itaquera como prova da aceitação da construção.

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