O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, disse nesta quinta-feira (8) que vai trabalhar até o final do seu mandato.

Investigado pelo FBI e pela CPI do Futebol no Senado, o dirigente negou que pretende se licenciar do cargo.

Em contato com a Folha por mensagem de texto, Del Nero disse que vai cumprir o seu "mandato e trabalhar com muita dedicação, como tenho trabalhado nas reformas da CBF".

A entidade está mergulhada na maior crise da sua história. Desde maio, José Maria Marin, ex-presidente da CBF, está preso na Suíça acusado de integrar um esquema de corrupção na Fifa.

Del Nero era o principal executivo de Marin e o substituiu em abril na presidência da CBF.

"Vou deixar claro e definitivo. Nunca me passou a ideia de licença", afirmou o dirigente. O mandato do cartola só vai terminar em abril de 2019.

No mês passado, o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) foi autorizado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para substituir Del Nero em caso de licença. Ex-presidente da Federação Capixaba de Futebol, Vicente é um dos cinco vices da entidade e aliado do dirigente.

Nesta quinta, Del Nero vai assistir pela televisão a estreia da seleção nas eliminatórias da Copa do Mundo.

Desde a prisão de Marin, Del Nero se recusa a viajar ao exterior. A partir das 20h30, a seleção vai enfrentar o Chile, no Estádio Nacional.

Nesta quinta, o Comitê de Ética da Fifa suspendeu o presidente da entidade, Joseph Blatter, e o presidente da Uefa, Michel Platini, por 90 dias.

A decisão foi tomada em razão da abertura de uma investigação criminal contra Blatter por parte do Ministério Público da Suíça por supostas irregularidades num contrato de direitos de transmissão na América Central e em um pagamento de 2 milhões de francos (R$ 8,3 milhões) a Platini.

Del Nero integra o Comitê Executivo da Fifa, mas não participa de uma reunião do órgão há quatro meses.

O brasileiro corre risco de perder o assento na Fifa por causa de suas ausências.

Em Brasília, a CBF trava uma disputa no STF (Supremo Tribunal Federal) com os integrantes da CPI para impedir o repasse de contratos e documentos da entidade.

FORTALEZA

Nesta sexta (9), o presidente da CBF é aguardado em Fortaleza, onde os jogadores farão a segunda partida pelas eliminatórias. Na terça (13), o time de Dunga enfrenta a Venezuela, no Castelão.