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    Dunga cobra reação de jogadores e diz que seleção brasileira quer carinho

    MARCEL RIZZO
    ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA

    12/10/2015 17h54

    O técnico Dunga disse nesta segunda-feira (12) que cobra indignação de seus jogadores com a fase inconstante da seleção brasileira.

    Segundo o treinador, a reação dos atletas da atual geração depois de uma derrota em eliminatórias, como aconteceu na quinta (8) contra o Chile, é bem diferente da geração dele, que disputou as Copas de 1990, 1994 e 1998.

    "Acho que [a nossa] era uma reação mais sanguínea. Eu até exagerava um pouco", disse, sorrindo, o treinador.

    Apesar da pressão pela derrota na estreia do classificatório para a Copa da Rússia-2018 e de precisar vencer a Venezuela nesta terça (13), em Fortaleza, Dunga deu uma entrevista coletiva em que sorriu diversas vezes, o que é raro.

    Uma das críticas, inclusive de ex-jogadores da seleção, é que há certa passividade da atual geração com relação aos tropeços recentes, como o 7 a 1 sofrido na semifinal da Copa-2014, as duas eliminações seguidas na Copa América e a estreia ruim nas eliminatórias.

    "A reação deles talvez não seja igual a nossa, mas cobramos isso deles e há reação, há, sim, indignação", afirmou o treinador.

    A marca dos 7 a 1, segundo Dunga, é uma conta que terá que ser paga, inclusive por ele, que não estava no banco de reservas na partida do Mineirão –Luiz Felipe Scolari era o técnico. "Temos qualidade para reverter toda essa desconfiança que tem. Nós queremos carinho, mas sabemos que o torcedor também quer, que quer uma boa partida, uma boa vitória", disse.

    Dunga só se irritou, levemente, quando questionado sobre as críticas de ex-jogadores, como o ex-atacante Ronaldo, que disse ao canal SporTV que essa é a seleção com menos credibilidade dos últimos tempos.

    "Eles têm que parar e pensar se não sofreram as mesmas coisas aqui na seleção. Será que não? E têm que se colocar aqui, do nosso lado, como ex-jogadores que são. Muitos desses jogadores passaram por vários problemas e conseguiram dar a volta por cima na seleção", afirmou.

    A resposta não foi direta a Ronaldo, mas o atacante campeão do mundo em 1994, ao lado de Dunga, e em 2002, teve problemas no joelho, uma convulsão antes da Copa-1998 e fez os dois gols na vitória de 2 a 0 sobre a Alemanha, na final do Mundial do Japão e da Coreia.

    MISTÉRIO

    O treinador não confirmou se fará mudanças no time. No treino de sábado, o técnico testou Filipe Luis no lugar de Marcelo e Lucas Lima no de Oscar, além de Marquinhos, que deve atuar na vaga do machucado David Luiz.

    Outro teste foi Lucas Moura, do Paris Saint-Germain, ocupando a posição de Willian, o que é pouco provável que se repita no início de jogo.

    "São alternativas. Você muda muito o time também, e não entrosa. Aí se muda com base no adversário, mudou por causa disso e daquilo. Ao mesmo tempo, não podemos ser pragmáticos para o adversário sempre saber como vamos jogar", disse Dunga.

    CARINHO VEIO

    Dunga pediu, e pela primeira vez desde que chegou a Fortaleza, a seleção brasileira sentiu o carinho dos torcedores mais de perto. Depois dos primeiros treinamentos com menos de 50 pessoas, cerca de mil entusiastas assistiram à parte final do trabalho realizado nesta segunda (12), no estádio Presidente Vargas.

    Curiosamente, os que mais tiveram o nome gritado foram ex-jogadores campeões do mundo em 1994, como Cafu, capitão do penta em 2002, que está com a seleção como auxiliar técnico pontual, e o goleiro Taffarel, que é o preparador de goleiros e teve o grito eternizado na narração de Galvão Bueno repetida pelos torcedores.

    "El, el, el, sai que é sua Taffarel", gritaram.

    Para animar a torcida, que não precisou pagar nada para ver os jogadores, foram jogadas bolas para a arquibancada. Do atual elenco, como em outras vezes, Kaká e Willian foram os que tiveram os nomes mais gritados.

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