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    Corrupção no futebol

    Marin participa de audiência e cumpre prisão em apartamento nos EUA

    THAIS BILENKY
    DE NOVA YORK
    LEANDRO COLON
    DE LONDRES

    03/11/2015 20h13 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Após ser extraditado para os EUA, nesta terça-feira (3), o ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, já cumpre prisão domiciliar em seu apartamento em Nova York.

    Marin participou de audiência no tribunal da cidade nesta terça (3) pouco depois de desembarcar. Ficou sentado a maior parte do tempo e teve a ajuda de um tradutor.

    Sua mulher ficou a seu lado durante todo o tempo, em pé. Ao final, após assinar documentos, tomou um copo de água e a abraçou longamente, emocionado –os dois não se viam desde a prisão de Marin na Suíça, em 27 de maio.

    Ao deixar o tribunal cercado pelos seus advogados, não quis dar declarações à imprensa. Apenas disse "boa noite" e "um abraço" aos repórteres que o esperavam do lado de fora.

    Uma garantia de 15 milhões de dólares (cerca de R$ 57 milhões) permitiu a Marin o cumprimento da prisão domiciliar enquanto aguarda por julgamento. Ela só será executada caso ele desrespeite o acordo com a Justiça americana.

    O edifício onde Marin tem apartamento, a Trump Tower da Quinta Avenida, fica na região central da cidade, de alto valor imobiliário e a uma quadra do Central Park.

    Marin em Nova York

    Segundo sua defesa, ele pode sair de casa para emergências, para ir ao médico, à igreja, ao advogado e duas vezes por semana a um supermercado determinado.

    O benefício é o mesmo concedido ao ex-presidente da Concacaf Jeffrey Webb, também preso em maio e que aceitou ser transferido em julho para os EUA.

    Horas antes da audiência, o ex-cartola havia sido extraditado pelo governo suíço. Dois policiais americanos levaram-no escoltado em um voo de Zurique para Nova York. Pelas regras do FBI, o ex-presidente da CBF seria transportado algemado e viajaria em assento econômico.

    O cartola havia concordado na semana passada em ser transferido para os EUA.

    Marin é acusado de receber "milhões de dólares de propina" de um esquema ligado a desvios de dinheiro de vendas de direitos de transmissão de torneios da Copa América e da Copa do Brasil.

    Alvo da investigação americana, o sucessor de Marin na CBF, Marco Polo Del Nero, evita deixar o Brasil, com medo de ser preso no exterior.

    O escândalo levou a Fifa à maior crise de sua história. Sob pressão, seu presidente, Joseph Blatter, renunciou dias depois de ser reeleito, convocando novas eleições para fevereiro de 2016.

    Sete candidatos disputam o cargo, entre eles o francês Michel Platini, presidente da Uefa que está suspenso até janeiro de atividades relacionadas ao futebol por causa de um pagamento suspeito de 2 milhões de francos suíços recebidos da Fifa.

    Cronologia José Maria Marin

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