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    Para ex-campeão Cigano, política do UFC pode complicar lutadores

    RENAN MARRA
    DE SÃO PAULO

    06/11/2015 12h00

    O lutador brasileiro Junior Cigano afirmou nesta quinta-feira (5) ter comemorado a vitória de seu antigo desafeto e compatriota Fabrício Werdum sobre o norte-americano Cain Velasquez em junho, em duelo no UFC 188 que valeu o título dos pesados. O resultado, segundo o atleta, pode aumentar a sua chance por uma nova disputa pelo cinturão da categoria.

    Cigano e Velasquez já se enfrentaram três vezes no Ultimate Fighting Championship (UFC), com duas vitórias para o norte-americano e uma para o brasileiro. Assim, segundo Cigano, um quarto confronto entre os dois, com o cinturão em disputa, encontrava resistência do público e da própria organização do Ultimate.

    "Toda vez que eu falava em uma quarta luta [contra Velasquez], as pessoas perguntavam 'de novo?'. Estão eu estava lutando também contra a opinião das pessoas e contra a política do evento", disse em entrevista na academia Les Cinq Gym, em São Paulo. "Ainda bem que não pegaram, mas quando o Werdum ganhou eu comemorei. Agora, como ele [Velasquez] perdeu e já não é mais o campeão, acredito ser mais fácil de lutar contra ele novamente", completou.

    Segundo Cigano, a política do UFC em lidar com os duelos como negócio pode "complicar" os lutadores.

    "Entendo que eles tentam colocar uma luta que chame a atenção. Não acho injusto. O que preocupa o UFC é fazer uma grande luta, que atraia as pessoas, para que a organização consiga vender muitos pay-per-views e para que a arena fique lotada. Seria complicado fazer a vontade de todos os lutadores, mas [essa política] complica um pouco as nossas vidas [dos lutadores]", disse.

    Em 2008, Junior Cigano nocauteou Werdum, no UFC 90 e, desde então, os brasileiros têm rivalidade no UFC. Agora, Cigano vislumbra nova chance pela disputa do cinturão, mas, para isso, pode ter o rival mais uma vez pela frente. Hoje, Werdum é o campeão da categoria.

    Antes, no entanto, Cigano terá de vencer o holandês Alistair Overeem, que vem de duas vitórias consecutivas e está em nono no ranking da categoria. O duelo está marcado para o dia 19 de novembro, nos Estados Unidos. Para o brasileiro, que vem de lesão –ele operou o joelho em janeiro–, o importante, no momento, é voltar ao octógono.

    "Será um excelente teste para ver se eu continuo no mesmo nível em que eu estava", disse. "Tenho recebidos muitas mensagens de apoio e isso é uma motivação. Tem tudo para ser um confronto bem interessante. No peso pesado é diferente, quando lutadores peso pesados trocam golpes, até a última cadeira da arena consegue ouvir o barulho das pancadas".

    Para seu próximo duelo, Cigano, que tem o boxe como especialidade, afirmou estar treinando mais o wrestling, o jiu-jitsu e o muay-thay, com o objetivo de aumentar a sua variedade de golpes.

    Contra Overeem, o brasileiro pode não ter o patrocínio do Corinthians. Cigano confirmou o fim da parceria no último dia 1º e disse estar em negociação com o clube.

    "Corinthians uma vez, Corinthians sempre. Meu contrato venceu e devido à situação [financeira] do clube, estamos em negociação", declarou.

    Em relação a luta deste sábado (7), entre o brasileiro Vitor Belfort e o norte-americano Dan Henderson, Cigano afirmou que irá torcer pelo compatriota.

    "Torço pelo Belfort e acho que ele vence. Ele está em um bom momento por mais que tenha perdido para o [Chris] Weidman, então acho que ele tem de tudo para conseguir a vitória", disse.

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