• Esporte

    Friday, 03-May-2024 00:04:38 -03

    Moradores vizinhos a estádio que desabou dizem que já temiam acidente

    EDUARDO RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    08/11/2015 02h00

    Os moradores da rua Apóstolo João, em Diadema, vizinha do estádio José Batista Fernandes, do Água Santa, clube recém-promovido à elite do Campeonato Paulista, já temiam um acidente antes de parte da arquibancada da arena desabar na manhã deste sábado (7).

    "Ontem [sexta-feira] eu sentei na laje da minha casa, fiquei olhando a construção e falei pra todo mundo que um dia esse estádio ia cair". disse Roberto da Costa, 24, estudante de engenharia civil.

    "Desde o início, eu falava que essa estrutura ia cair. Há cinco meses, um pedaço de madeira caiu na minha casa e quebrou o telhado", contou Paulo Sérgio, 45, cozinheiro.

    As casas ficam a menos de 30 cm de distância das vigas que sustentam o estádio. Do teto delas, é possível tocar nas estruturas só esticando o braço.

    Apesar do acidente, houve alívio entre os moradores. "Ainda bem que não caiu para trás [em direção às moradias]. Se isso acontecesse, nossas casas estariam no chão", afirmou o prensista Alessandro Alves Rodrigues, 42, que estava com sua mulher e seu filho em casa na hora do desabamento.

    Em entrevista, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), disse que dez casas vão ser interditadas e que as pessoas serão realocadas para um hotel.

    "A Defesa Civil veio aqui, deixou um papel para a gente assinar e foi embora. Não sabemos o que vai acontecer depois", lamentou o gráfico Robson Magalhães, 37, que viu o auxílio chegar nove horas depois do ocorrido.

    Mesmo diante da oferta de hotel, feita pela prefeitura e pelo clube, as pessoas dizem sentir medo de deixar suas casas.

    "É difícil falar que a gente quer sair daqui. Se ficarmos, a casa pode cair. Se a gente sai, tem o risco de a nossa casa ser assaltada. Pedimos para a prefeitura para deixar um carro policial aqui na rua durante esse tempo de afastamento, mas disseram que é impossível. Não sei se quero sair", disse Paulo Sérgio.

    Três pessoas que trabalhavam na obra ficaram feridas. A ampliação da arquibancada é uma exigência da Federação Paulista de Futebol para o time ser aceito na Série A-1 do Paulista –o estádio precisa ter capacidade para ao menos 10 mil torcedores. As causas do acidente ainda não foram divulgadas.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024