• Esporte

    Sunday, 28-Apr-2024 04:04:19 -03

    CPI do Futebol é prorrogada, e trabalhos vão até julho de 2016

    SÉRGIO RANGEL
    ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

    11/11/2015 16h45 - Atualizado às 22h36

    A CPI do Futebol foi prorrogada por mais seis meses. Na noite desta quarta (11), os senadores Romário (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conseguiram a assinatura de 34 parlamentares para a continuidade da investigação.

    Agora, a CPI, que deveria acabar em 22 de dezembro, irá até 17 de julho de 2016. O número mínimo para a prorrogação era de 27 assinaturas.

    "Recebemos nos últimos meses várias informações do sistema corrupto existente no futebol brasileiro, com a CBF sendo a cabeça disso tudo. Por isso, precisamos de mais tempo. Posso garantir para vocês que o esquema é mais feio, mais pesado, ilegal e ilícito do que eu mesmo imaginava", afirmou Romário, que preside a CPI.

    Documentos obtidos pela Folha revelaram nesta quarta que Marin ganhou R$ 6,2 milhões do COL (Comitê Organizador da Copa) em 2013 e 2014. O dirigente está preso nos EUA acusado de participação num esquema de corrupção envolvendo a negociação de direitos de torneios.

    O objetivo principal da CPI é investigar a CBF e o COL.

    Mais cedo, também nesta quarta, por pressão da bancada da bola, a sessão secreta da CPI foi adiada para a próxima quarta (18).

    Em uma reunião no início da tarde, os senadores Romero Jucá e Omar Aziz (PSD-AM) acordaram com Romário para transferir a sessão para a próxima semana.

    Jucá e Aziz são os principais aliados da CBF na comissão.

    "Ficou acertado que vamos mostrar nos próximos dias a farta documentação que já temos sobre os investigados para os seis senadores que ainda não tiveram acesso a essas informações. A partir dai, faremos a sessão secreta para votar os dez requerimentos", afirmou Romário.

    O parlamentar pretende colocar em votação na sessão a quebra dos sigilos fiscal e bancário de José Maria Marin, ex-presidente da CBF e do COL, e de uma série de ex-dirigentes da confederação.

    Carolina Galan, ex-namorada do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também pode ter o seu sigilo quebrado na sessão secreta. Ela recebeu uma doação de R$ 1,1 milhão de Del Nero em 2014.

    Na terça, Romário vai apresentar a documentação levantada pela CPI aos senadores Romero Jucá, João Alberto (PMDB-MA), David Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (PTB-AL) e Gladson Cameli (PP-AC) e Donizetti Nogueira (PT-TO). Todos integram a comissão.

    "A impressão que tenho que com os documentos que já chegaram é que encontramos o fio da meada, do funcionamento do esquema criminoso que dirige o futebol brasileiro. Falta agora puxar o restante do novelo", disse Rodrigues.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024