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    ANÁLISE

    Sem incômodo aperto de anos anteriores, Interlagos melhorou

    FÁBIO SEIXAS
    COLUNISTA DA FOLHA

    16/11/2015 02h00

    Faltavam duas horas para a largada e o paddock de Interlagos fervia.

    Damon Hill se preparava para uma entrada ao vivo na Sky Sports F1, da Inglaterra. Emerson Fittipaldi circulava com a família e ouvia um pedido surreal do pequeno Emmo, 8: "Papai, quero tirar foto com um piloto." O sogro de Felipe Massa degustava um drinque à base de Martini, patrocinadora da Williams. Galvão Bueno buscava os papeis que deixara numa mesa. Pilotos reservas formavam uma curiosa rodinha de conversa. Mecânicos movimentavam carrinhos com pneus. E faxineiros empurravam alaranjados carrinhos de lixo.

    Cenas comuns todos os anos no autódromo de São Paulo.

    Mas agora com uma enorme diferença: dois metros a mais de largura na área de circulação, além de amplas salas para as equipes trabalharem e receberem convidados.

    No espaço da Pirelli, seis mesas para cinco pessoas: 30 podiam almoçar ali simultaneamente. Na McLaren, dez mesas para quatro pessoas: 40. E por aí vai.

    São os primeiros resultados da reforma de R$ 144 milhões no autódromo paulistano, um senhor de 75 anos que clamava por uma recauchutagem.

    Olhando para baixo, a conclusão é que Interlagos se modernizou. O paddock neste domingo (15) estava cosmopolita, vibrante, sem dever muito aos principais autódromos do mundo.

    (Antes de tudo, circuitos precisam ser funcionais, não megalomaníacos e luxuosos como os de Xangai, Abu Dhabi e Sepang, para citar três exemplos.)

    Olhando para cima, para o segundo andar ainda inacabado desses escritórios, pode se chegar a duas opiniões.

    Mais experiente piloto brasileiro, Massa optou pelas críticas à "cara de obra" das edificações, que realmente enfeiaram o cenário.

    Prefiro entender como um mal necessário, uma fase passageira, um sinal de que as coisas estão sendo feitas.

    Uma hora depois da corrida, o paddock fervia.

    David Coulthard e Eddie Jordan analisavam o GP ao vivo, para a BBC. Felipe Nasr voltava para o escritório da Sauber após ser sabatinado por repórteres. Niki Lauda conversava animadamente com Martin Brundle. Mecânicos já cuidavam da operação desmanche, encaixotando tudo com destino a Abu Dhabi. Os alaranjados carrinhos de lixo iam para lá e para cá.

    Sem esbarrões, sem encontrões, sem o incômodo aperto de anos anteriores.

    Interlagos, sem dúvida, melhorou.

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