O adversário não poderia ser melhor para a seleção fechar o ano na zona de classificação das eliminatórias para a Copa da Rússia.

O Peru não se classifica para uma Copa desde 1982, não vence o Brasil há 40 anos e faz uma campanha pior que a equipe de Dunga no torneio classificatório para o Mundial —está em sétimo lugar.

Para pressionar ainda mais os peruanos, cujo maior destaque é Guerrero (atacante do Flamengo), a seleção ainda vai contar com o estádio da Fonte Nova lotado.

Neste cenário favorável, a seleção vai tentar nesta terça (17) manter a invencibilidade na Bahia e subir na tabela das eliminatórias.

A partir das 22h, a equipe nacional entrará em campo com um formação ofensiva para tentar a segunda vitória nas eliminatórias. O Brasil está em quarto lugar, com quatro pontos no torneio.

O treinador faz suspense sobre a escalação do time. Ele ensaiou a equipe com Douglas Costa no meio-campo e Neymar como centroavante. O meia Renato Augusto também foi testado.

Se o treinador optar mesmo por mexer no time, o atacante Ricardo Oliveira e o meia Lucas Lima correm risco de perder a vaga.

	Christophe Simon/AFP
	Dunga em entrevista coletiva na véspera da partida contra o Peru

Apesar de esboçar mudanças na seleção, Dunga não quis adiantar os titulares.

"A formação da nossa equipe depende do adversário", desconversou ele, que não escondeu o desconforto ao ser questionado se terá o cargo ameaçado com um revés em Salvador.

"A cobrança é normal no futebol. Ameaçado é uma palavra um pouco forte. Penso sempre em fazer um trabalho ao longo prazo", acrescentou o treinador.

A partida contra os peruanos será a 20ª do treinador na seleção depois do seu retorno. Ele coleciona 15 vitórias, dois empates e duas derrotas.

Apesar do bom retrospecto, o time ainda é questionado por grande parte da torcida. Em junho, foi eliminado nas quartas da Copa América, disputada no Chile. Nestas eliminatórias, ainda não venceu fora de casa.

Na Bahia, contudo, a seleção tem encontrado recepção mais animada do que a vista em Fortaleza, quando enfrentou a Venezuela em outubro. O último treino em Salvador terminou em histeria na noite da segunda (16). Após ensaiar jogadas com portões fechados, a comissão técnica permitiu que os torcedores –cerca de mil pessoas– assistissem ao final do treino.

"Vamos buscar surpreender o adversário", disse Dunga, que vai exigir uma marcação adiantada em Salvador para forçar o erro dos peruanos logo no início do jogo.

	Editoria de arte/Folhapress
	Ficha do jogo entre Brasil e Peru

BEM NA BAHIA

A seleção nunca foi derrotada na Fonte Nova. O time nacional coleciona sete vitórias e cinco empates no principal estádio baiano.

Em partidas oficiais, o Brasil venceu duas e empatou três —disputando jogos pela Copa América e Copa das Confederações.

ADVERSÁRIOS

A seleção argentina enfrenta a Colômbia nesta terça (17), às 18h30 (com SporTV), tentando se afastar da parte de baixo da tabela. O time do técnico Gerardo Martino ainda não venceu nas eliminatórias e, com dois pontos, pode ser ultrapassado pela lanterna Venezuela —para isso, porém, os venezuelanos, que ainda não pontuaram, têm de vencer o líder Equador, que até agora derrotou todos os rivais.

O Chile, vice-líder das eliminatórias, terá partida complicada contra o Uruguai, fora. Completando a rodada, Paraguai e Bolívia se enfrentam em Assunção.