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    Corrupção no futebol

    Casos de corrupção provocam efeito dominó entre cartolas da Conmebol

    MARCEL RIZZO
    DO PAINEL FC

    20/11/2015 02h00

    Jorge Adorno/Reuters
    President of Chile's Football Federation Sergio Jadue speaks after receiving a distinction for the America Cup the draw of the 2015 Copa Sudamericana tournament at the CONMEBOL headquarters in Luque, on the outskirts of Asuncion in this file photo dated July 16, 2015. Jadue has gone to the United States to talk to the FBI as part of its ongoing probe into corruption at soccer governing body FIFA, local media reported on Wednesday. REUTERS/Jorge Adorno/Files ORG XMIT: ASU06
    O dirigente chileno Sergio Jadue, que renunciou ao cargo na federação

    No final da noite da última terça (17), Sergio Jadue, 36, embarcou com a mulher e os dois filhos em um voo de Santiago, capital chilena, com destino aos Estados Unidos.

    Horas antes, ele havia renunciado à presidência da Federação de Futebol do Chile, cargo que assumiu em 2011, aos 31 anos, festejado como um dos mais jovens dirigentes da América do Sul.

    A saída poderia ser casual –à imprensa chilena disse que tiraria férias–, mas é mais um capítulo da desintegração do Comitê Executivo da Conmebol, que reúne os presidentes das dez federações nacionais da América do Sul, além do secretário-geral e dos representantes na Fifa.

    Dos 13 homens do comitê em 27 de maio de 2015, quando a investigação do Departamento de Justiça dos EUA sobre o pagamento de propinas por negociação de direitos comerciais de competições veio à tona, três estão presos, dois renunciaram à presidência das federações, um está prestes a cair (Luis Chiriboga, do Equador) e dois têm evitado ir à Conmebol.

    Queda dos dirigentes da Conmebol

    O "efeito dominó" teve andamento oito dias antes de Jadue embarcar aos EUA, quando Luís Bedoya renunciou à presidência da federação colombiana.

    A decisão se agrava porque Bedoya é um dos três membros da Conmebol no Comitê Executivo da Fifa –os outros são o paraguaio Juan Ángel Napout, que preside a entidade da América do Sul, e o brasileiro Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.

    Del Nero é um dos membros do comitê da Conmebol que não participou das últimas reuniões na sede da confederação, em Luque, no Paraguai. Ele não tem saído do Brasil desde as prisões de cartolas em maio na Suíça, entre eles José Maria Marin. O outro ausente, apurou a Folha, é o secretário-geral, o argentino José Luís Meiszner.

    "Não tem efeito dominó. Estamos tranquilos e trabalhando", disse o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. A entidade nega que Del Nero vá renunciar ao cargo.

    A associação das saídas de Jadue e Bedoya à investigação nos EUA acontece, apesar de eles não terem sido citados nominalmente na denúncia, porque há trecho do documento que afirma que presidentes das federações sul-americanas receberam cada um US$ 1,5 milhão para vender à Datisa os direitos da Copa América até 2023.

    Em maio, ambos negaram terem recebido subornos.

    Foram presos na Suíça em 27 de maio Marin, que aceitou a extradição e está em prisão domiciliar em Nova York, e o venezuelano Rafael Esquivel.

    O boliviano Carlos Chávez está preso em seu país acusado de roubar dinheiro da federação boliviana, inclusive parte da renda da partida beneficente entre Brasil e Bolívia, em 2013, que iria para a família de Kevin Espada, 14, morto por um rojão em uma partida do Corinthians na Libertadores daquele ano.

    Até agora a Conmebol mantém Chávez, mesmo preso, como tesoureiro da confederação –na prática, quem cuida das finanças é o presidente da AFA, a associação da Argentina, Luis Segura.

    A Folha apurou que o uruguaio Wilmar Valdez, um dos vices, é favorito a assumir a presidência da Conmebol caso Napout deixe o cargo.

    OUTRO LADO

    Uma semana antes de ir para os EUA, Sergio Jadue esteve no Brasil. Ele não informou o motivo –a CBF nega que Marco Polo Del Nero o tenha encontrado. Jadue disse à imprensa chilena que sairia de férias e não deu detalhes sobre a renúncia.

    Luis Bedoya informou que saía por motivos pessoais. O jornal colombiano "El Tiempo", informou que ele, como Jadue, viajou para os EUA.

    A Conmebol não respondeu sobre as renúncias ou substituições. José Luís Meiszner, secretário-geral da entidade, não foi localizado.

    Carlos Chávez nega ter levado dinheiro da federação boliviana. Marin e Esquivel negam ter recebido suborno. O Departamento de Justiça dos EUA respondeu à Folha que não comentaria as investigações do caso Fifa.

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