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    Ambulantes se adaptam ao Itaquerão e saída do metrô vira 'mercado'

    CAMILA MATTOSO
    DE SÃO PAULO

    23/11/2015 17h00

    Ainda que bata saudades, uma vez ou outra, do Pacaembu, não resta dúvidas de que os corintianos já estão completamente adaptados à casa nova, em Itaquera.

    O que dirão, então, os ambulantes, que ganham a vida vendendo produtos dos mais variados tipos nas redondezas dos estádios.

    "Cerveja, gelada", grita um. "Camisa do hexa, novinha", outro.

    "Faixa de campeão, promoção, antes de ganhar o Paulista", oferecem.

    São dezenas de vendedores na saída do metrô Itaquera, a melhor forma de transporte para chegar à arena corintiana.

    O movimento é tão grande que obriga o torcedor que deixa a estação a se abaixar para passar pelos diversos varais espalhados com camisas pretas, laranjas ou brancas, em um grande espaço no caminho das entradas às arquibancadas.

    É um verdadeiro mercado a céu aberto. Praticamente 100% dos produtos falsificados, a preços mais acessíveis para os corintianos.

    A camisa laranja, por exemplo, a número três do clube, custa R$ 40 para adultos e R$ 30 para crianças.

    "Ganho minha vida assim. Aqui a concorrência é muito grande, mas acaba sendo bom para todo mundo. A gente entende que todo mundo tem família", disse Rodrigo Fernandes, 30, à Folha.

    Entre uma resposta e outra, ele tentava chamar clientes para a sua "loja". "Aqui o preço está melhor", falava com um torcedor que passava.

    Explicou que não existe exatamente um cartel, um combinado de preços com os demais vendedores, mas os valores são mais ou menos os mesmos.

    Há 15 anos trabalhando na área, o ambulante explica que consegue sustentar a família com a renda que tem em dias de jogos.

    "Trabalho três ou quatro dias na semana. Dá para tirar quase R$ 8 mil por mês. Não dá para reclamar. Por isso que eu torço para todo mundo vender bem aqui".

    "Itaquera virou o melhor ponto. A torcida compra muito e tem bastante espaço aqui", completou Fernandes.

    De repente, uma correria começa.

    "Ó o rapa, ó o rapa", avisam uns aos outros.

    O "rapa" é, na verdade, a Guarda Municipal, que vai chegando perto, tentando dispersar os ambulantes e acabar com o tal mercado.

    "A guarda vem, a gente guarda tudo. Eles vão embora, a gente coloca de volta. Essa é a vida. Não tem emprego para todo mundo", explica Steva Davez, 28, vendedor de bichinhos de pelúcia.

    OUTRO LADO

    A Guarda Municipal não quis dar entrevista. Disse apenas que o trabalho de apreensão é feito pela própria prefeitura, bem como o de fiscalização.

    Procurada, a prefeitura afirmou que passa pelo local em todos os dias de jogo, orienta para tirar os ambulantes do local e faz também apreensão.

    De acordo com a prefeitura, a fiscalização do comércio ambulante na região de Itaquera começou por volta das 11 horas do domingo (22), dia em que o Corinthians derrotou o São Paulo por 6 a 1.

    As equipes da GCM realizaram rondas no entorno do estádio e nas saídas das estações Arthur Alvim e Corinthians/Itaquera. Segundo um balanço parcial da corporação, cerca de 600 itens foram apreendidos entre camisetas, bandeiras, faixas e perecíveis.

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