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    Doping no Quênia é culpa de cartolas, diz autor britânico

    RODOLFO LUCENA
    DE SÃO PAULO

    29/11/2015 02h00

    Noor Khamis - 23.nov.2015/Reuters
    Atletas do Quênia protestam na federação de atletismo do país
    Atletas do Quênia protestam na federação de atletismo do país

    Os cartolas da Federação de Atletismo do Quênia são os responsáveis pelos problemas que o esporte enfrenta no país. Essa é, pelo menos, a avaliação do jornalista britânico Adharanand Finn, autor do premiado livro "Running With The Kenyans" (Correndo com os quenianos).

    No início desta semana, a sede da entidade foi ocupada por atletas que protestavam contra suposta corrupção e denunciavam que os cartolas nada fazem para coibir e punir o doping no país.

    "A Federação Queniana de Atletismo está no coração de todos os problemas. Ela tem se mostrado inútil no combate ao doping e parece que há corrupção também", diz Finn, um dos editores do jornal britânico "The Guardian", que viveu seis meses com alguns dos principais corredores quenianos.

    Ele afirma que a questão do doping no país, porém, deve ser relativizada: "Claramente há uso de doping, sim, mas não acredito que o sistema seja tão organizado ou generalizado como na Rússia", disse à Folha por e-mail.

    Para o autor, um dos editores do jornal britânico "The Guardian", o doping no Quênia é restrito. "Não sei quantos estão se dopando, mas sei que vários dos principais corredores estão limpos. A história dos corredores quenianos não é uma mentira, a dominação nas corridas de longa distância não foi construída com base em doping".

    O fato de haver doping no país, porém, põe em risco a credibilidade dos atletas em geral. "O fato de alguns atletas estarem se dopando coloca todos sob suspeita. Sempre que algum queniano corre bem, surge dúvida sobre doping. Isso é uma vergonha para quem corre limpo."

    Ainda que neste ano uma das principais maratonistas do país, Rita Jeptoo, vencedora em Chicago e Boston, tenha sido flagrada no doping, Finn diz que os usuários de substâncias proibidas são principalmente corredores do segundo e terceiro time.

    "A competição no Quênia é tão acirrada que até disputar corridas é difícil. Os corredores que não se dão bem são os mais desesperados."

    Jim Rogash/Getty Images
    A queniana Rita Jeptoo ao vencer a Maratona de Boston de 2014
    A queniana Rita Jeptoo ao vencer a Maratona de Boston de 2014
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