Noor Khamis - 23.nov.2015/Reuters | ||
Atletas do Quênia protestam na federação de atletismo do país |
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Esporte
Friday, 03-May-2024 00:03:18 -03Doping no Quênia é culpa de cartolas, diz autor britânico
RODOLFO LUCENA
DE SÃO PAULO29/11/2015 02h00
Os cartolas da Federação de Atletismo do Quênia são os responsáveis pelos problemas que o esporte enfrenta no país. Essa é, pelo menos, a avaliação do jornalista britânico Adharanand Finn, autor do premiado livro "Running With The Kenyans" (Correndo com os quenianos).
No início desta semana, a sede da entidade foi ocupada por atletas que protestavam contra suposta corrupção e denunciavam que os cartolas nada fazem para coibir e punir o doping no país.
"A Federação Queniana de Atletismo está no coração de todos os problemas. Ela tem se mostrado inútil no combate ao doping e parece que há corrupção também", diz Finn, um dos editores do jornal britânico "The Guardian", que viveu seis meses com alguns dos principais corredores quenianos.
Ele afirma que a questão do doping no país, porém, deve ser relativizada: "Claramente há uso de doping, sim, mas não acredito que o sistema seja tão organizado ou generalizado como na Rússia", disse à Folha por e-mail.
Para o autor, um dos editores do jornal britânico "The Guardian", o doping no Quênia é restrito. "Não sei quantos estão se dopando, mas sei que vários dos principais corredores estão limpos. A história dos corredores quenianos não é uma mentira, a dominação nas corridas de longa distância não foi construída com base em doping".
O fato de haver doping no país, porém, põe em risco a credibilidade dos atletas em geral. "O fato de alguns atletas estarem se dopando coloca todos sob suspeita. Sempre que algum queniano corre bem, surge dúvida sobre doping. Isso é uma vergonha para quem corre limpo."
Ainda que neste ano uma das principais maratonistas do país, Rita Jeptoo, vencedora em Chicago e Boston, tenha sido flagrada no doping, Finn diz que os usuários de substâncias proibidas são principalmente corredores do segundo e terceiro time.
"A competição no Quênia é tão acirrada que até disputar corridas é difícil. Os corredores que não se dão bem são os mais desesperados."
Jim Rogash/Getty Images A queniana Rita Jeptoo ao vencer a Maratona de Boston de 2014 Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
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