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    Para Ronaldo e Dunga, Neymar pode vencer prêmio de melhor do mundo

    DE SÃO PAULO

    01/12/2015 02h00

    "O Neymar é uma força da natureza. Ninguém segura um tsunami, um terremoto."

    Carlos Alberto Parreira, técnico campeão do mundo com o Brasil em 1994, definiu assim a indicação de Neymar como finalista ao prêmio de melhor jogador do mundo em 2015, anunciada nesta segunda-feira (30), pela Fifa.

    E só um "terremoto" como Neymar para encerrar o jejum de sete anos sem um brasileiro finalista no prêmio —Kaká, que venceu em 2007, havia sido o último do país entre os três melhores da lista.

    Com oito vencedores desde 1991, quando a Fifa criou a premiação, o Brasil é o que tem mais conquistas, à frente de Portugal e Argentina, com quatro cada. Um português e um argentino, por sinal, explicam em parte a seca brasileira de vitórias. Desde que Kaká ficou com o troféu, somente Lionel Messi e Cristiano Ronaldo foram considerados os melhores.

    E os dois serão os adversários de Neymar na premiação que acontece dia 11 de janeiro, em Zurique, na Suíça.

    "Se pudesse apostar, seria no Neymar, por tudo o que está apresentando. Ele está em um crescimento absurdo, no nível a que o futebol brasileiro está acostumado. Messi e Cristiano já atingiram o pico de suas carreiras", disse à Reuters o ex-jogador Ronaldo, eleito o melhor do mundo em 1996, 1997 e 2002.

    O eleitorado é formado pelos treinadores e capitães das 209 seleções filiadas à Fifa, além de jornalistas.

    Messi é o favorito a ganhar pela quinta vez o troféu.

    "Eu não jogo futebol visando prêmios individuais, recordes, nem marcas. Isso vem naturalmente. Mas só de ser nomeado, estando ao lado do Messi e sendo o primeiro brasileiro em sete anos já é motivo de muita felicidade para mim", disse Neymar em entrevista ao site da CBF.

    QUEM CONCORRE EM 2015 - Veja os números dos finalistas

    GERAÇÃO PERDIDA

    De 2007 para cá, Cristiano Ronaldo e Messi dividiram os prêmios, mas espanhóis, franceses e alemães puseram atletas entre os finalistas.

    Quando Kaká ganhou, em 2007, esperava-se que ele, Ronaldinho (vencedor em 2004 e 2005), Adriano e Robinho, que integraram a seleção da Copa de 2006, brilhassem nas premiações seguintes.

    Não aconteceu.

    "Por que não teve ninguém depois do Kaká? Acho que temos que valorizar o que o Neymar fez. Ele fez a escolha certa, por exemplo, de ir para o Barcelona, o melhor time do mundo. Teve um planejamento estratégico de carreira. Alguns jogadores vão para a Rússia e não vão aparecer", disse Parreira.

    Ele era o treinador da seleção na Copa de 2006, o time que tinha o "quadrado mágico", com Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo e, de lambuja, Robinho, grande revelação do Santos e então no Real Madrid, no banco.

    Kaká concretizou a expectativa ao vencer como melhor do mundo no ano seguinte, mas depois caiu de produção e chegou à Copa-2010, por exemplo, convivendo com lesões e sem brilhar. Ronaldinho jogou mais dois anos no Barcelona, depois caiu de produção no Milan, voltou ao Brasil, mas nunca mais brilhou. Ronaldo se encaminhava para o fim da carreira.

    Adriano viu sua carreira degringolar com problemas de peso e disciplina, e Robinho nunca foi o craque se se esperava que fosse um dia.

    O vácuo entre gerações fez com que Neymar e Ganso, lançados ao profissional do Santos em 2009 e jogando bem em 2010, tivessem suas convocações para a Copa de 2010 pedidas por torcedores e imprensa, mas Dunga preferiu deixá-los fora. "Em 2015 o Neymar vem numa crescente, acredito que possa ganhar o prêmio", disse Dunga, que tem Neymar como capitão.

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