O governo federal recebeu 111 adesões de entidades desportivas de futebol ao Profut, a lei de responsabilidade fiscal do futebol. O prazo de inscrição se encerrou na noite de segunda (30).

Dos 12 grandes clubes brasileiros, que devem cerca de R$ 1,59 bilhão à União, somente o Palmeiras ficou fora, como revelou a Folha - Atlético-MG, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Botafogo, Santos, São Paulo, Inter e Vasco vão refinanciar suas dívidas tributárias em até 240 meses, mas terão que dar contrapartidas para isso.

Das 20 equipes da Série A do Brasileiro, Palmeiras, Sport e Chapecoense não aderiram. Das 111 entidades inscritas, 85 são clubes de futebol, destes 17 da Série A, 12 da Série B, 6 da Série C, 7 da Série D e 43 de pequeno porte, que não participaram de nenhuma divisão do Brasileiro. Os 26 restantes são divididos em 20 clubes sociais e seis federações.

A avaliação do governo, apurou a Folha, é positiva com relação aos clubes maiores. A previsão era uma adesão entre 80% e 90%, o que se concretizou.

O Palmeiras ficou fora seguindo uma orientação de seu COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), que após receber explanação jurídica entendeu que os benefícios do parcelamento não compensariam as contrapartidas que terão que ser dadas, como limite de gastos em folha salarial e investimento obrigatório no futebol feminino.

O governo estuda a possibilidade da criação de um novo prazo de inscrição para entidades menores, que tenham faturamento anual de até R$ 5,4 milhões. A avaliação é que esses clubes tiveram dificuldades para conseguir a documentação necessária para a adesão.

A dívida total dos clubes gira na casa dos R$ 3,7 bilhões. Segundos dados atualizados em janeiro de 2015, o Atlético-MG é o maior devedor dos grandes clubes, com R$ 282,6 milhões

PROFUT

O que é?

- Permite o refinanciamento de dívidas de impostos em 240 meses, com redução de 70% das multas, 40% dos juros e 100% dos encargos.

- Quem aderir também terá desconto de 50% nas 24 primeiras parcelas, 25% da 25ª à 48ª e 10% a 49ª à 60ª

CONTRAPARTIDA DOS CLUBES

- Limitação de mandatos dos dirigentes

- Não atrasar salários

- Gastar no máximo 80% da receita bruta anual do futebol profissional com salários e direitos de imagem

- Investir nas categorias de base e no futebol feminino