Escolhido por Marco Polo Del Nero para substituí-lo na presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o deputado federal e vice da entidade, Marcus Vicente (PP-ES) foi avisado que assumiria o cargo cerca de 30 minutos antes do anúncio oficial.

O dirigente e político capixaba assumiu a presidência da confederação após Del Nero pedir licença do cargo. Nesta quinta-feira (3), o cartola foi indiciado pela Justiça dos Estados Unidos, por, entre outras coisas, pedir propina na Copa do Brasil e na Libertadores.

"Entro para pacificar e não para fiscalizar a CBF. Deixo esse papel para os órgãos competentes", disse à Folha o substituto escolhido por Del Nero.

O anúncio de que o dirigente capixaba foi escolhido para assumir interinamente o cargo não foi feito diretamente por Del Nero. André Pitta, diretor de desenvolvimento e projetos da confederação, foi quem o telefonou para consultá-lo.

Marcus Vicente revelou que assim que Del Nero voltou da Suíça, em 29 de maio, logo após a prisão de José Maria Marin, eles tiveram uma conversa sobre o assunto.

"Foi Pitta quem ligou. Não falei ainda com Del Nero. A única vez que tratamos sobre o assunto foi no dia 29 de maio. E nunca mais desde então", contou.

"Naquele dia, nós falamos sobre isso. Ele me chamou e disse que seria eu o escolhido para assumir, caso ele precisasse se licenciar por algum motivo", completou.

O novo presidente, no entanto, não quis falar sobre a situação de Del Nero e de Marin.

"Não vou falar disso. Não gosto de fazer juízo de valor", perguntado sobre se acha que o agora ex-presidente é inocente.

"Eu vou me preparar e ter tranquilidade. Tenho que apaziguar as coisas. Fazer evoluir. É no momento ruim que tiramos as lições. Estou esperando falar com Del Nero para saber quanto tempo mais vou ficar", finalizou.