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    Corrupção no futebol

    MPF vê relação da CBF em 'grandioso' esquema ilícito

    CAMILA MATTOSO
    DE SÃO PAULO

    07/12/2015 02h00

    A Procuradoria Geral da República diz não haver dúvida de que a CBF esteve envolvida em esquemas de corrupção desvendados pelo FBI, nos Estados Unidos. Em posicionamento defendendo a quebra dos sigilos de Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da confederação, o Ministério Público Federal diz ser imprescindível que se apurem os indícios de que houve a participação do dirigente em supostos delitos.

    Ao sustentar que a CPI do Futebol deveria ter acesso aos dados de Del Nero, a Subprocuradora-Geral da República Cláudia Sampaio afirma que "pelo que está descrito no documento elaborado pelas autoridades americanas, não há dúvida de que havia um grandioso esquema de corrupção envolvendo a FIFA, a CBF e a Confederação Sul-Americana de Futebol, havendo graves indícios de que os dirigentes da CBF participavam intensamente desse esquema."

    A declaração faz parte de um documento de 13 páginas que está com o Supremo Tribunal Federal desde o dia 6 de outubro, em um processo impetrado por Marco Polo Del Nero para barrar as quebras de sigilos de suas informações pessoais, bem como de dados da Receita Federal e também bancários.

    Os parlamentares já tiverem acesso a parte dos dados do dirigente licenciado.

    À Folha, a CBF afirmou que não comentaria a posição da Subprocuradora-Geral da República. A entidade diz ter enviado "a documentação necessária para o Ministério Público Federal e colocou-se à disposição do Ministério da Justiça para prestar quaisquer esclarecimentos. A entidade tem convicção de que todas as dúvidas das autoridades serão respondidas e reafirma que não cometeu nenhum ato que viole a legislação nacional."

    O MPF confirmou na última sexta-feira (4) que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá para a Justiça dos Estados Unidos provas das acusações contra Del Nero e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Um dia antes, o Departamento de Justiça norte-americano acusou formalmente os brasileiros e outras 14 pessoas ligadas a confederações na América Central e do Sul de corrupção, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito.

    ENTENDA O CASO

    O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Marco Polo Del Nero, foi indiciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusado de corrupção.

    Ele está na lista de 16 acusados que tiveram os nomes divulgados nesta quinta (3) pelas autoridades dos Estados Unidos. O anúncio dos novos acusados fez parte de uma nova etapa da investigação que, em maio, culminou com a prisão de sete cartolas, entre eles o ex-presidente da CBF Jose Maria Marin, que se declara inocente, mas aceitou ser extraditado aos EUA para responder o processo.

    Após a divulgação dos nomes, Del Nero se licenciou do cargo e decidiu nomear deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) para substituí-lo na CBF.

    O afastamento pode durar até 150 dias. Durante esse período, o dirigente não receberá o salário de R$ 200 mil da confederação.

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