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    Declínio de Cielo preocupa confederação às vésperas da Rio-2016

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    22/12/2015 18h04 - Atualizado às 22h14

    A duradoura má fase de Cesar Cielo, 28, tornou-se motivo de preocupação para a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Ricardo de Moura, diretor executivo da entidade, disse que o declínio do nadador nesta ano foi inesperado.

    Na última sexta (18), Cielo –o maior nome da história da natação brasileira– abandonou a primeira seletiva olímpica nacional, em Palhoça (SC), após ter ter ficado apenas com o 11º tempo nos 100 m livre (49s55), longe do índice de 48s99. O velocista é o recordista mundial da prova (46s91).

    Frustrado, ele abdicou de nadar os 50 m livre, que ocorreu no sábado (19). Assim, até este momento, ele não tem vaga para os Jogos do Rio.

    A seletiva definitiva será o Troféu Maria Lenk, de 15 a 20 de abril, no Rio. A competição também servirá de evento-teste para a Rio-2016.

    "Não conversei com ele depois do que aconteceu. Vou tentar. Mas eu posso garantir: não é uma coisa esperada", disse Moura à Folha.

    O diretor afirma que a confederação respaldou decisões de Cielo depois de sua desistência do Mundial de Kazan, na Rússia, em agosto, alegando lesão no ombro esquerdo. O velocista disputou apenas uma prova na competição. O problema físico o afastou praticamente dois meses das piscinas, até o início de outubro.

    "Fizemos o que o Cielo queria. Ele optou por mudar o fisiologista. Mas ninguém esperava por isso", prosseguiu.

    O dirigente, porém, disse confiar em uma recuperação. "Antes dos Jogos de Pequim, ele foi muito mal no Mare Nostrum [circuito europeu] e depois fez o que fez [ouro em Pequim]. Não podemos esquecer que é um craque."

    O temor em relação a Cielo está ligado à pretensão de medalhas da CBDA, que havia estabelecido internamente meta de ao menos três pódios no Rio. Com a maré ruim do astro, pode reavaliá-la.

    Cielo tem tido seu pior ano desde 2007, quando conquistou seu primeiro título internacional de relevo, no Pan do Rio. Desde então, acumulou pódios anualmente. Em 2015, contudo, não teve nenhuma vitória de expressão.

    Para uma pessoa próxima, um "vilão" tem sido a exagerada auto-cobrança, que o fez ter quatro treinadores desde 2012. A insatisfação com os resultados tornou-se desafio que tem feito com que a auto-estima, antigo trunfo do nadador, esteja em baixa.

    Durante a seletiva olímpica, também foi possível perceber redução na potência muscular de Cielo, mais magro e com músculos menos definidos do que concorrentes como Matheus Santana e Bruno Fratus.

    Isso se deve, segundo a Folha apurou, à pouca carga de treinamento a que tem se submetido recentemente, o que está relacionado ao nascimento do seu filho, Thomas, em setembro.

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