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    Santos muda estrutura e filosofia da base para tentar melhorar formação

    KLAUS RICHMOND
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SANTOS

    27/12/2015 02h00

    Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
    Jogadores do elenco sub-20 do Santos no CT Rei Pelé
    Jogadores do elenco sub-20 do Santos no CT Rei Pelé

    No ano em que foi finalista em todas as cinco categorias do Campeonato Paulista de base, mas levou a taça apenas no sub-13, o Santos implementou uma reformulação na formação de atletas para o time profissional.

    Em 2015, trocou o técnico em quatro times (sub-20, sub-15, sub-13 e sub-11) e se viu envolvido em um escândalo com denúncias de cobrança por vagas para jovens que queriam entrar no clube.

    As mudanças, de acordo com a equipe, têm como objetivo adequar os profissionais a uma nova linha na base. Vencer deixou de ser o principal objetivo.

    "Nós queremos revelar talentos para a equipe principal, realmente formar o atleta. O nosso foco não é mais ganhar títulos, nem sempre isso dá qualidade para subir", explica Ronaldo Lima, gerente da base santista.

    O histórico recente do clube é positivo. Nenhum outro grande paulista tem tantos atletas formados nas categorias de base entre seus titulares no time principal. Foram quatro jogadores no final da temporada 2015 escalados por Dorival Júnior: o zagueiro Gustavo Henrique, o lateral Zeca, o volante Thiago Maia e o atacante Gabriel.

    Nas trocas de comando na Vila Belmiro, nomes até então prestigiados deixaram o clube. Caso do ex-treinador do sub-20, Pepinho, campeão da Copa São Paulo em 2014 e filho do ex-ponta Pepe, demitido em outubro.

    DENÚNCIA

    Outras questões também fizeram os dirigentes repensarem a formação de atletas no clube. Como o caso da suspeita criada após a denúncia de venda de vagas na base santista, revelada pela TV Record em julho deste ano.

    Na ocasião, uma gravação flagrou André Luiz Rodrigues Fernandes, conhecido como Andrezinho, que se identificava como funcionário do instituto do atacante Neymar, negociando vagas para um suposto pai de jogadores.

    O clube criou uma comissão própria para investigar irregularidades e promete divulgar um relatório com apurações. Ele será concluído no início de 2016. Desde então, acessos foram restringidos na Vila e no CT Rei Pelé.

    "As medidas necessárias foram tomadas. O planejamento é para que nada mais ocorra", diz Modesto Roma Júnior, presidente do Santos.

    PERDA

    As mudanças estruturais sofreram uma mudança de rumo já no início de 2015. Chamado para gerenciar a base, Paulo Mayeda, que trabalhou no clube entre 2000 e 2002, afastou-se em março após sofrer um Acidente Vascular Cerebral. Ele faleceu no último dia 7 de dezembro.

    "Quando cheguei, peguei um grupo desmotivado. Dava para sentir os meninos baqueados", conta o técnico Marcos Soares, do sub-20.

    A própria vinda de Soares é tida no Santos como um marco na mudança de procedimentos no clube. O treinador, que tem no currículo estágios na Europa com Simeone e Guardiola e fala cinco idiomas, era o perfil que o novo Santos queria.

    Para contratá-lo, houve um processo seletivo semelhante ao de uma empresa, que contou com a avaliação inicial de 60 currículos.

    Posteriormente, cinco profissionais foram escolhidos para apresentarem os seus projetos a uma bancada composta por sete membros, entre eles o técnico Dorival Júnior e o tricampeão mundial Clodoaldo.

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