O Corinthians não consegue ainda saber o que será do seu início de temporada. Sem controle em relação às propostas que chegam aos seus jogadores, o clube vê algumas de suas principais peças abandonarem o barco, com ofertas salariais gigantescas.

Depois de perder Jadson e Renato Augusto –que nesta quarta-feira (6) confirmou sua ida para o Beijing Guoan, da China–, Ralf deve aumentar o desmanche do meio-campo e anunciar a sua saída nesta quinta-feira, também para o futebol chinês.

Os clubes do país asiático não têm sido econômicos na busca por reforços –já haviam levado Jadson pagando a multa rescisória de R$ 21 milhões e oferecendo a ele salário anual de R$ 18 milhões.

O Beijing Guoan fechou com Renato Augusto também pagando a multa rescisória (R$ 35 milhões) e oferecendo ao jogador, eleito o melhor do último Brasileiro, um salário de R$ 2 milhões por mês.

Com tudo acertado com o mesmo Beijing Guoan, Ralf espera a definição dos últimos detalhes entre os clubes para dar o adeus ao time.

Mercado da bola

O problema, porém, para o Corinthians é que o desmanche não deve parar por aí.

O goleiro Cássio foi consultado, também nesta quarta-feira, pelo Besiktas, da Turquia, e pode selar sua saída.

Nesta quinta (9), Vagner Love aceitou a oferta salarial do Monaco, da França, e o clube pagará ao Corinthians cerca de 1,5 milhão de euros (R$ 6,6 milhões) pelo atacante, valor da sua multa rescisória.

Em conversas com empresários que negociam, tanto para venda quanto para compra, o Corinthians tem dito, segundo apuração da Folha, que apenas três jogadores não tiveram proposta até agora: os laterais Uendel e Fagner e o atacante Malcom.

Nas três baixas que o Corinthians deve contabilizar até o fim da semana, a abordagem foi semelhante: os chineses procuraram primeiro os atletas, ofereceram salários milionários e se dispuseram a pagar multas rescisórias, deixando clube alvinegro praticamente sem opção.

REFORMULAÇÃO?

As saídas poderiam indicar uma reformulação do time, liberando jogadores, mas também contratando, mas não parece que esse será o caso, ao menos por enquanto.

Os reforços anunciados até agora são modestos: o meia Alan Mineiro e o goleiro Douglas, do Bragantino, e o meia-atacante Marlone, do Sport.

As tratativas para a compra do meia Marquinhos Gabriel, ex-Santos, foram por água abaixo nesta quarta. Uma conversa praticamente selou a volta do atleta para o Al-Nassr, da Arábia Saudita, dono de seus direitos econômicos. O Corinthians demonstrou interesse pelo atleta, mas não conseguiu fazer uma proposta que chegasse perto dos valores exigidos pela diretoria do clube saudita.

Para vender o atleta, os árabes exigem ao menos US$ 4 milhões à vista –cerca de R$ 16 milhões. O Corinthians, porém, não consegue disponibilizar esse dinheiro de forma imediata. Sugeriu parcelá-lo, mas não houve acordo.

A VOLTA DE PATO

Em meio ao desmanche, Tite comandou o primeiro treino do ano no clube, sabendo que o desafio deve ser ainda maior que o do início da temporada passada, quando perdeu jogadores importantes, como os atacantes Guerrero e Emerson Sheik e o lateral esquerdo Fábio Santos.

A grande novidade foi a volta de Alexandre Pato, que esteve emprestado nos últimos dois anos ao São Paulo.

O atacante está disponível para venda, mas até agora não houve nenhum interessado. O clube tenta recuperar pelo menos parte dos 15 milhões de euros que pagou por ele em janeiro de 2013 –à época, R$ 40 milhões.

	Adriano Vizoni/Folhapress
	Pato corre no primeiro treino do Corinthians em 2016