• Esporte

    Monday, 20-May-2024 15:16:04 -03

    Corrupção no futebol

    Comitê de Ética da Fifa abre processo que pode suspender Valcke por 9 anos

    DE SÃO PAULO

    07/01/2016 07h42

    O Comitê de Ética da Fifa informou nesta quinta-feira (7) que abriu um processo formal contra o ex-secretário-geral da entidade máxima do futebol, Jérôme Valcke, com base no relatório final produzido pela câmara de investigações.

    Segundo o comunicado, "a câmara avaliou o relatório cuidadosamente e decidiu instituir o processo formal contra Valcke", que pode ser suspenso das atividades do futebol por nove anos, como recomendou o presidente da Câmara de Investigação do Comitê de Ética da Fifa, Cornel Borbély, na terça-feira (5).

    Valcke será convidado a se defender e a enviar evidências que provem a sua inocência no caso.

    Por causa do direito de privacidade e a presunção de inocência até que se prove que o ex-secretário-geral da entidade é culpado, a câmara não publicou mais detalhes sobre a investigação.

    Na quarta (6), o Comitê de Ética da Fifa prorrogou por mais 45 dias a suspensão de Valcke das atividades relacionadas ao futebol.

    O dirigente estava suspenso provisoriamente desde 7 de outubro. A sanção se encerrou na terça, mas a sua prorrogação foi pedida pelo Comitê de Ética da Fifa.

    Valcke foi afastado da secretaria-geral em setembro de 2015, quando o empresário Benny Alon afirmou na Suíça que o dirigente ficava com parte do dinheiro de ingressos da Copa de 2014 revendido com ágio.

    O empresário, porém, não apresentou provas de que Valcke realmente lucrou com entradas do Mundial. O dirigente da Fifa nega qualquer irregularidade.

    Alon é sócio da JB Sports & Marketing, que tinha um contrato para fornecimento de ingressos da Copa com a Fifa.

    Ele afirmou que fez um acordo com Valcke para vender os ingressos do Mundial com ágio de 200% no mercado negro. Em troca, segundo o empresário, a JB Sports e Valcke dividiriam os lucros meio a meio.

    O pedido de suspensão por nove anos se baseia na quebra de várias regras do código de ética da Fifa, segundo Borbély, como conduta, lealdade, confidencialidade, conflitos de interesse e oferecimento e aceitação de presentes e outros benefícios. Também foi pedido o pagamento de uma multa de 100 mil francos suíços (R$ 397 mil).

    Em 21 de dezembro de 2015, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter e o ex-presidente da Uefa Michel Platini foram suspensos pelo Comitê de Ética por oito anos.

    O comitê considerou os dois dirigentes, que já estavam suspensos por 90 dias desde outubro, culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal".

    A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais contra Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês.

    A Procuradoria também está investigando a indicação das Copas de 2018 e 2022 para a Rússia e Qatar, respectivamente.

    Platini deve pagar ainda uma multa de 74 mil euros (R$ 320 mil), maior que a multa atribuída a Blatter, fixada em 46.295 euros (R$ 200 mil).

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024