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    Com o 1º terno e dentes clareados, goiano vai tietar Messi em festa da Fifa

    RENAN MARRA
    DE SÃO PAULO

    10/01/2016 02h00

    Um passe alto na entrada da área. O atacante, de costas para o gol, acerta um lindo voleio, indefensável, em um lance que pode entrar para a história do futebol e mudar para sempre a vida do brasileiro Wendell Lira.

    O goiano de 27 anos concorre ao prêmio Puskás, dado ao gol mais bonito do ano pela Fifa. A cerimônia de premiação será em Zurique, na Suiça, nesta segunda (11).

    O finalista Lira, que já garantiu, pelo menos, o terceiro lugar na premiação, tem como rivais na disputa duas estrelas do futebol europeu: o argentino Lionel Messi, do Barcelona, eleito quatro vezes o melhor do mundo, e o italiano Alessandro Florenzi, da Roma.

    "Ter a chance de entrar para a história do futebol mundial é a realização de um sonho", diz Lira à Folha.

    O golaço que pode garantir o Puskás a Wendell Lira foi marcado no Goiano, em março de 2015, quando o jogador atuava pelo Goianésia em partida contra o Atlético-GO.

    Desde a indicação ao prêmio, Lira vem se preparando para causar boa impressão e aproveitar a festa ao lado de colegas e ídolos. Ele contou que fez clareamento nos dentes e até ganhou um terno (o primeiro de sua vida) especialmente para a premiação.

    Além de Messi, seu concorrente direto ao Puskás, o brasileiro Neymar e o português Cristiano Ronaldo, que disputam a Bola de Ouro, prêmio dado ao melhor jogador do mundo no ano anterior, estarão na cerimônia.

    "Vou tietar todos eles. Não sei quando vou ter uma oportunidade dessa de novo", admite o jogador, que tem o ex-atacante Ronaldo "Fenômeno" como ídolo maior.

    Avisado por amigos, Lira só acreditou que estava entre os finalistas depois que conferiu o seu nome na internet.

    Reprodução
    Wendell Lira
    Wendell Lira é apresentado pelo Vila Nova

    A indicação já mudou sua vida. Desempregado quando os nomes indicados ao gol mais bonito foram anunciados, Lira conta que chegou a receber pelo menos oito propostas de emprego. Acabou fechando com o Vila Nova, que disputa a Série B do Brasileiro, pela infraestrutura e projeto apresentados.

    Hoje, tem o sonho de firmar carreira no futebol profissional, dar segurança financeira à família e jogar no exterior, mas sabe que a exposição aumentará a pressão por um bom desempenho.

    "A partir de agora, a cobrança vai ser cada vez maior. Tenho de estar preparado", diz o atleta, que foi revelado pelo Goiás e teve passagens por clubes como Fortaleza, Novo Horizonte e Tombense.

    "Penso em um dia de cada vez. Sei que sempre tenho de fazer o meu melhor para ir para um clube da Série A ou mesmo atuar na Europa."

    Do terrão à indicação ao gol mais bonito, Wendell enfrentou dificuldades. Foi atrapalhado por lesões, não conseguia contratos e pensou várias vezes em desistir do futebol.

    Às vésperas da premiação tão importante, o atacante nega nervosismo. Para ele, só o fato de estar entre os três finalistas já é uma vitória.

    Seus amigos e família, conta Lira, tiveram papel fundamental, divulgando o lance e pedindo votos ao brasileiro em campanhas na internet.

    A votação ao gol mais bonito é aberta ao público no site da Fifa. Para o atacante, no entanto, a escolha não é difícil.

    "O meu gol é o mais bonito, foi uma jogada muito complicada", diz sem titubear.

    CONFIRA OS TRÊS FINALISTAS DO PRÊMIO PUSKÁS

    Alessandro Florenzi (pela Roma, em 16 de setembro de 2015)

    Wendell Lira (pelo Goianésia, em 11 de março de 2015)

    Lionel Messi (pelo Barcelona, em 30 de maio de 2015)

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