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    Cartola do Nordeste vira chefe de Dunga e ganhará salário de R$ 50 mil

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    11/01/2016 10h26

    Ele foi presidente do CRB, tem os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Renan Calheiros (PMDB-AL) como aliados na política e é prefeito de Boca da Mata, no interior de Alagoas.

    Este é o perfil do novo "reforço" da seleção. Um dos vices da CBF, o advogado Gustavo Feijó, 46, foi convidado na semana passada para "ajudar" o trabalho da comissão técnica de Dunga.

    Ele seria uma espécie de diretor de seleções, cargo ocupado por Andrés Sanchez até os Jogos de Londres, e ganhará um salário de cerca de R$ 50 mil mensais.

    Na antiga função, o corintiano era o chefe dos integrantes da comissão técnica. Agora, a cúpula da CBF pretende reduzir os poderes da função. O coordenador Gilmar Rinaldi permaneceria como o número um no departamento de seleções.

    Daniel Marenco - 29.fev.2012/Folhapress
    Gustavo Feijó, ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol
    Gustavo Feijó, ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol

    Ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol, Feijó já faz planos para a nova função, mas disse que só responderá oficialmente na quarta (13) a Antonio Carlos Nunes, presidente interino da CBF, se aceita o desafio.

    "Já conversei com o Gilmar sobre o trabalho. Quero ser visto como uma pessoa que vai ajudar o Dunga e o próprio Gilmar. O que não quero é ser visto como diretor de seleções", afirmou Feijó, que negocia com aliados em Boca da Mata uma licença da prefeitura para os próximos meses.

    Em março, a seleção terá dois jogos pelas eliminatórias. Em seguida, Dunga começará a preparar o grupo para a disputa dos Jogos do Rio.

    "Estou balançado. Esse é um meio que gosto. Não quero cargo. Quero chamar o Gilmar e o Dunga, mostrar que tem que botar alegria de novo no Neymar. Quero é somar", acrescentou o político do PMDB.

    O convite a Feijó é uma forma da cúpula da CBF de evitar mais desgaste com seus vices.

    Em dezembro, o alagoano se opôs a convocação da eleição que escolheu o coronel Nunes, 77, como novo vice da confederação. O pleito foi articulado por Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, para evitar a posse do presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, 75, em caso de renúncia. Peixoto é opositor declarado de Del Nero.

    Pelo estatuto da CBF, o vice mais velho assume em caso de renúncia.

    Na quinta (7), Nunes assumiu o comando da entidade. Dois dias antes, o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) deixou o cargo após um mês na função. Del Nero se desentendeu com o parlamentar nos últimos dias de 2015 e o tirou da presidência logo após o réveillon.

    Feijó considera a derrota da seleção para a Alemanha, por 7 a 1, a "maior tragédia do futebol brasileiro", mas acredita que a comissão técnica atual vai conseguir conquistar o ouro olímpico.

    Fã de Pelé, o dirigente disse que a sua função na seleção será "a de trabalhar em conjunto". "Vou debater com os dirigentes, os presidentes de federações, os jornalistas. Precisamos ser mais abertos. Não é deixar todos entrarem no hotel ou nos treinos, mas conversar com todos os lados. Estou disposto a ajudar", disse o cartola, que passou o comando da Federação Alagoana de Futebol em abril para Felipe Feijó, seu filho.

    De acordo com o último balanço financeiro da entidade, a federação amargou um déficit de R$ 607 mil no caixa em 2014.

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