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    Djokovic revela que já recebeu oferta de R$ 800 mil para entregar jogo

    DE SÃO PAULO

    18/01/2016 07h56

    O sérvio Novak Djokovic, atual número um do mundo do tênis, disse nesta segunda-feira (18) que já recebeu uma oferta de US$ 200 mil (aproximadamente R$ 800 mil, na cotação atual) para entregar uma partida em 2007.

    A emissora britânica BBC e o site de notícias "Buzzfeed News" revelaram, no domingo (17), que possuem documentos secretos que contêm evidências de partidas combinadas entre jogadores da elite do tênis mundial nos últimos anos.

    Os documentos obtidos fazem parte de um inquérito amplo sobre uma suposta rede formada entre apostadores e atletas de nível internacional.

    "Eu não me aproximei diretamente. Eu fui abordado por pessoas que trabalhavam comigo naquela época. É claro que recusamos imediatamente. Isso nem chegou a mim. O cara que estava tentando falar comigo não falou diretamente", disse Djokovic logo após derrotar o sul-coreano Hyeon Chung, por 3 sets a 0 (6/3, 6/2 e 6/4), na estreia do Aberto da Austrália.

    "Isso me fez sentir mal porque eu não quero estar ligado a isso. Alguém pode chamar isso de oportunidade. Para mim, é um ato de antidesportividade, um crime no esporte. Eu não apoio. Acho que não há lugar para isso em qualquer esporte, especialmente no tênis", afirmou o tenista em entrevista publicada pelo jornal "The Guardian".

    De acordo com a BBC, os documentos revelam que, ao longo da última década, 16 jogadores pertencentes ao top 50 da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) teriam sido investigados sob suspeita de se envolverem em combinação de resultados.

    Ao todo, mais de 70 jogadores estariam envolvidos na rede de apostas, que partiriam majoritariamente de grupos localizados na Rússia e na Itália.

    Segundo o "Buzzfeed News", autoridades do mundo do tênis já estariam cientes dos resultados arranjados há pelo menos sete anos, incluindo a Unidade de Integridade do Tênis, criada em 2008 e responsável por ações anticorrupção no esporte.

    O suíço Roger Federer se mostrou irritado com a situação, ainda mais depois de saber que um dos suspeitos é um campeão de Grand Slam.

    "Eu gostaria de ouvir nomes. Amaria ouvir nomes. Pelo menos seria uma coisa concreta e, então, você pode debater isso. Foi o jogador? Foi a equipe de suporte? Quem foi? Foi uma dupla ou jogador de simples? Qual Grand Slam? É um absurdo responder a algo que é pura especulação", disse Federer.

    Por meio de sua porta-voz, o primeiro-ministro britânico David Cameron pediu uma investigação independente.

    "É profundamente preocupante que outro esporte esteja encarando alegações tão graves. Com as alegações que vimos em outros esportes como atletismo e futebol, as pessoas que mais sofrem são os fãs, e o primeiro-ministro gostaria de ver o caso investigado por autoridades independentes", disse a porta-voz.

    O presidente da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Chris Kermode, negou a informação de que a entidade tenha sido negligente.

    "A Unidade de Integridade do Tênis e as autoridades do tênis rejeitam, absolutamente, que qualquer evidência tenha sido suprimida ou que não tenha sido investigada. Nós vamos investigar qualquer nova informação", disse Kermode nesta segunda-feira, na Austrália.

    "Ouvimos que há certas alegações e informações sobre vários jogadores [envolvidos]. Mas temos que ter evidências. Você pode ter muitas informações e relatos, mas temos que obter provas. Todos nós no tênis estamos empenhados em acabar com qualquer conduta corrupta no esporte. Há uma política de tolerância zero quanto a isso", disse.

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