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    Ex-chefe da arbitragem de São Paulo absolve árbitro que provocou sua saída

    MARCEL RIZZO
    DO PAINEL FC

    28/01/2016 13h51

    Apu Gomes - 8.mai.2011/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 08-05-2011, 10h00: CONCENTRAÇÃO DOS ÁRBITROS. O chefe de arbritagem, Coronel Marinho, e o árbitro central, Cleber Wellington Abade, 45 durante preleção do Coronel Marinho com árbritos na manhã em Hotel na Vila Olimpia, zona sul de São Paulo, onde estão concetrados para a final do Campeonato Paulista 2011. (Foto: Apu Gomes/Folhapress, Esporte ) *** EXCLUSIVO***
    Coronel Marinho durante preleção para os árbitros paulistas, em 2011

    Retirado da chefia da Comissão de Arbitragem da FPF (Federação Paulista de Futebol) ao escalar um árbitro que estava suspenso para trabalhar em jogo da Copa São Paulo de futebol júnior, o coronel Marcos Marinho disse que já negociava com a diretoria da federação sua saída da função desde o final do ano passado.

    Marinho, no entanto, admitiu que o erro antecipou a reformulação no departamento. Ele também absolveu Flávio Rodrigues Guerra, o pivô da polêmica.

    "Eu já entendia que era necessário alguém que estivesse mais próximo da área [na função]. Entrei há dez anos para dar credibilidade e fiz o meu trabalho. Mas, com mudanças na área, era preciso alguém mais do campo, e já conversava com o Reinaldo [Carneiro Bastos, presidente da FPF] sobre isso", declarou Marinho à Folha.

    Ele representou a FPF em evento do Ministério do Esporte sobre ranking dos estádios brasileiros nesta quinta (28). Marinho continua na federação no cargo de diretor de segurança e combate à violência, cargo que acumulava com a arbitragem.

    "A escalação do [árbitro] Flavio Guerra foi o momento em que percebi que deveria sair. Pisei na bola, não estava no sistema. Nesse momento falei para o Reinaldo que já não estava enxergando coisas que enxergaria anos atrás. Foi o momento", disse Marinho.

    Suspenso por 100 dias desde 27 de novembro de 2015, o árbitro Flávio Rodrigues Guerra foi escalado e trabalhou na partida São Paulo 1 x 0 Figueirense, em 14 de janeiro, pela quarta fase da Copinha. Dois dias depois, a FPF anunciou que Marinho deixava o cargo.

    Nesta quarta (27), o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) multou a FPF em R$ 30 mil pela escalação irregular de Guerra. O árbitro não teve sua pena de 100 dias aumentada –ele foi suspenso por ter expulsado o jogador errado, no entendimento do STJD, na partida Corinthians 2 x 0 Santos, dia 20 de setembro de 2015, pela Série A do Brasileiro.

    No lance, após um pênalti para o Corinthians, Guerra deu o vermelho ao zagueiro David Braz, quando quem fez o pênalti foi Zeca. Na súmula, Guerra escreveu que expulsou Braz por ter reclamado, o que não ficou evidente nas imagens.

    "O Guerra poderia ter avisado [que estava suspenso], mas ele foi inocente, é meu amigo, uma boa pessoa. Não fez propositalmente, imaginou que poderia apitar na Copinha", afirmou Marinho. Segundo ele, o árbitro de 26 anos disse a algumas pessoas que pensa em encerrar a carreira após o fato –nove anos antes do limite imposto pela Fifa, que é de 45. Guerra não foi encontrado para comentar o assunto.

    Na quarta à noite (27), a FPF colocou interinamente no cargo de diretor da comissão de arbitragem o ex-bandeirinha Ednilson Corona, homem da área, como definiu Marinho. Corona ficará, a princípio, 30 dias e comandará a escala de arbitragem nas primeiras rodadas do Paulista.

    Marinho, agora, diz que vai se dedicar a questões de combate à violência das organizadas e a criar regras de segurança para os estádios paulistas. Por alguns anos ele foi o responsável pelo policiamento de partidas como major da Polícia Militar.

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