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    Campeonato Paulista

    Água Santa conta com alemão 'anti-boleiro' para sonhar alto no Paulista

    KLAUS RICHMOND
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SANTOS

    30/01/2016 10h23

    "Deus não alimenta um sonho em sua mente que não possa ser realizado". A frase pintada em um dos muros do estádio do Esporte Clube Água Santa traduz o tamanho do orgulho próprio do caçula do Campeonato Paulista.

    A história do time de Diadema, que abre neste sábado o Estadual, contra a Ferroviária, às 16 horas (de Brasília), no Estádio Municipal José Batista Pereira Fernandes, é repleta de proezas.

    Há pouco mais de quatro anos, o clube só jogava na várzea da própria cidade e disputou a primeira competição profissional em 2013. Para chegar à elite, foram três acessos consecutivos.

    "Agradeço a Deus por isso. Não há loucura, valores altos. Somos cinco sócios de uma empresa [de transporte], então ninguém rema contra", conta o presidente Paulo Sirqueira.

    A história no profissionalismo se resume a 74 jogos, menos do que os grandes clubes costumam fazer em uma só temporada.

    Se dentro de campo tudo parece bem, há muitas dificuldades fora dele. O clube tem estrutura modesta e precisou correr para viabilizar o uso do estádio, popularmente conhecido como Distrital do Inamar, que não atingia a capacidade mínima de 10 mil lugares.

    A entrega do laudo exigido para a liberação do local ocorreu perto do final do prazo. A queda parcial de uma das arquibancadas quase comprometeu a participação na elite.

    Além disso, o time convive com insinuações de uma suposta ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Nada, contudo, foi comprovado. "Esse é um assunto superado, já falei tudo o que tinha para falar sobre isso", afirma Sirqueira.

    O presidente atribui a fama a um antigo rival, o Clube Atlético Diadema. Um racha político levou à divisão de componentes dos clubes, o que teria motivado os boatos.

    APOSTA GRANDE

    A ambição do clube não é pequena. Em setembro, a diretoria convenceu o alemão Thomas Federspiel a trocar quase 20 anos de serviços pelo Bayer Leverkusen para tomar frente do novo projeto.

    "Começar um trabalho do zero, com carta branca, era algo que queria", explica o novo diretor, responsável pela base e pelo profissional.

    Federspiel já havia vivido no país como olheiro dos alemães e conheceu Sirqueira quando indicou a contratação do lateral Wendell ao Leverkusen, agenciado pelo irmão do brasileiro.

    O fim do "jogador boleiro" foi a primeira interferência do dirigente entre os jovens, que conta ainda com vetos ao uso de boné, brinco e corrente. Pintar o cabelo também é proibido. Nos treinos, cortou os populares rachões.

    Entre os profissionais, há uma cautela maior. Federspiel e o técnico Márcio Ribeiro conversam diariamente. O alemão quer ajudar a quebrar o individualismo dos jogadores e sugere o uso de outras concepções de treinamento.

    Responsável por todos os acessos da história do clube, Ribeiro ainda resiste a qualquer interferência em seu trabalho. Ele teme "colocar a própria cabeça a prêmio", perdendo o emprego por ideias que não são suas.

    O Água Santa ainda espera anunciar, pelo menos, mais três reforços para a competição. A equipe está no Grupo 3, composto por Rio Claro, Red Bull Brasil, Mogi Mirim e Corinthians.

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