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    Contratos de longa duração são raridade entre técnicos da Série A

    CAMILA MATTOSO
    DE SÃO PAULO

    11/02/2016 02h00

    Enquanto os clubes pregam em todo início de ano a necessidade de um planejamento de longo prazo, o que se vê na prática é que muito raramente isso acontece de fato. Pelo menos no que diz respeito à duração dos contratos de seus técnicos.

    Dos 20 treinadores de times que disputarão a Série A do Campeonato Brasileiro, apenas cinco têm contratos de longo prazo, que ultrapassam o fim da atual temporada. Todos os outros têm vínculo apenas até o fim de 2016.

    Porém, para o presidente da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol (FBTF), José Mario Barros, nem mesmo esse pequeno número de treinadores com contrato longo tem emprego garantido até o fim do ano.

    Treinadores - Duração dos contratos dos técnicos da Série A do Brasileiro

    "Quando eu vejo um clube anunciando que fez contrato com um técnico por dois anos, ou três, eu dou risada. Isso não significa nada, todo mundo sabe. É capaz de não ficar nem três meses se não tiver resultado. No Brasil, é assim que funciona. Não tem mudança nenhuma de mentalidade. É raro", afirmou.

    No ano passado, a competição nacional bateu recorde de troca de treinadores, chegando a 32 demissões.

    Apenas o Corinthians, hexacampeão, começou e terminou a campanha com o mesmo treinador (Tite).

    MUDANÇA

    Para o diretor-executivo do Grêmio, Rui Costa, no entanto, contratos maiores são uma tendência em meio a reformulação que o futebol brasileiro está passando –com mais profissionais do mercado assumindo cargos de chefia dentro dos clubes.

    "O futebol está passando por várias mudanças e essa é uma delas. Se você faz um contrato maior, você consegue fazer com que o treinador não pense só nele, mas pense no clube como um todo", afirmou o dirigente.

    "Claro que tem também a escolha do perfil. A gente acertou em cheio com o Roger [Machado]. Ele tem autonomia, mas ao mesmo tempo respeita a gestão do clube", conclui.

    O treinador do clube gaúcho é um dos poucos que têm contratos de longo prazo. Ele renovou em novembro do ano passado até o fim de 2017.

    Para que a mudança de mentalidade não dependa apenas da boa vontade dos dirigentes, a FBTF defende a aprovação do Projeto de Lei 7460/14, de autoria do deputado José Rocha (PR-BA).

    Entre as determinações do projeto, que tramita na Câmara dos Deputados, estão a exigência de um tempo mínimo de seis meses de contrato para os treinadores, a obrigação de o clube pagar todas as dívidas com o antigo técnico antes da contratação de um substituto e o registro dos contratos de trabalho na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e nas federações locais antes dos torneios, para que exista fiscalização.

    Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
     durante o treino esta tarde no CT Joaquim Grava, zona leste da cidade. O proximo jogo sera dia 10/02 contra o Capivariano/SP, na Arena Corinthians pela 3a. rodada do Campeonato Paulista 2016. Juiz: Flavio Rodrigues de Souza - Sao Paulo / SP - Brasil - 10/02/2016. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
    O técnico Tite comanda treino do Corinthians

    LONGEVIDADE

    Entre os 20 técnicos da Série A do Campeonato Brasileiro, Givanildo de Oliveira, treinador do América-MG –que conseguiu o acesso na última temporada–, é o que está há mais tempo no seu cargo.

    Ele assumiu o comando da equipe de Belo Horizonte em setembro de 2014, dois meses antes do retorno de Tite ao Corinthians, e conseguiu colocar o time mineiro de volta na elite do futebol brasileiro com a quarta colocação na Série B da competição nacional.

    Givanildo de Oliveira, que carrega o status de Rei do Acesso, depois de conseguir subir de divisão com seus times em seis oportunidades, porém, tem contrato apenas até dezembro de 2016. Já o treinador do clube alvinegro paulista tem acordo válido até dezembro de 2017.

    O terceiro treinador com mais tempo de casa é Roger Machado, que está no comando do Grêmio desde maio de 2015 –a renovação do vínculo aconteceu em novembro.

    No ano passado, Goiás e Flamengo foram os que mais fizeram trocas nos comandos técnicos.

    O time alviverde teve Hélio dos Anjos, Julinho Camargo, Arthur Neto, Danny Sérgio e terminou o ano contratando Enderson Moreira, o atual.

    Já o rubro-negro teve Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira, Jayme de Almeida, como interino, e, então, Muricy Ramalho, que está à frente da equipe neste início de ano, com contrato até o fim de 2017.

    Divulgação/América Mineiro
    AMÉRICA RENOVA CONTRATO DE GIVANILDO OLIVEIRA POR MAIS UMA TEMPORADA. A Diretoria do América agiu rápido e renovou o contrato técnico Givanildo Oliveira por mais uma temporada
    O técnico do América-MG, Givanildo de Oliveira
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