O francês Michel Platini prestou depoimento ao Comitê de Apelação da Fifa para recorrer da suspensão de oito anos de qualquer atividade relacionada ao futebol imposta pelo Comitê de Ética da entidade no final de dezembro.

No depoimento, o francês apresentou duas testemunhas, Jacques Lambert, presidente do comitê organizador da Eurocopa-2016, e Angel Maria Villar Llona, presidente da Federação Espanhola e vice-presidente da Uefa, para provar a existência de um contrato verbal entre ele e Blatter.

Logo após a audiência, realizada na segunda-feira (15) e que durou pouco mais de oito horas, Platini afirmou que espera trabalhar novamente e ajudar na preparação da Eurocopa-2016, que será realizada na França, entre os dias 10 de junho e 10 de julho.

"Foi uma audiência muito boa, muito bem conduzida, com pessoas que foram sinceras. Estou bastante feliz pela forma como ocorreu", disse Platini. "Espero trabalhar de novo o mais rápido possível, voltar para o escritório assim que a decisão do comitê de apelações for dada, e então preparar a Euro".

Platini foi suspenso juntamente com Blatter após o Comitê de Ética da Fifa considerá-los culpados de "conflito de interesses" e de "gestão desleal".

A investigação teve início após decisão do procurador-geral suíço de iniciar procedimentos criminais Blatter pelo pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês.

A suspensão acabou com as ambições de Platini suceder a Blatter na presidência da Fifa. A eleição está marcada para o dia 26 de fevereiro, também em Zurique, e o presidente da Uefa desistiu da candidatura, sendo substituído por seu braço-direito, Gianni Infantino, secretário-geral da entidade.