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    Corrupção no futebol

    CBF deve ser alvo de 'limpeza' de novo líder da Fifa

    SÉRGIO RANGEL
    DO ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

    27/02/2016 02h00

    Apesar de o presidente interino da CBF, Antonio Carlos Nunes, ter comemorado a vitória do novo chefe da Fifa nesta sexta (26), o suíço Gianni Infantino não deve dar boa vida aos dirigentes da confederação brasileira.

    Investigado pelo Comitê de Ética da Fifa e pelo FBI, Marco Polo Del Nero deverá ser um do alvos da limpeza que o cartola pretende promover.

    O presidente licenciado da CBF é suspeito de integrar um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior. Del Nero integrava o Comitê Executivo da Fifa.

    Apesar de nos bastidores sinalizar com um acordão aos eleitores, Infantino não perdoará os já investigados pelo FBI, mas não pretende levantar novos escândalos.

    O que pensa infantino

    "Foi uma vitória esperada e festejada pelo Brasil e pelos demais países da Conmebol [Confederação Sul-Americana de Futebol]", disse Nunes à Folha, pouco depois de deixar o centro de convenções em Zurique.

    Coronel Nunes, como gosta de ser chamado, tietou Infantino antes da eleição.

    No hall de entrada, o suíço foi cercado pela comitiva brasileira que fez questão de tirar foto com o então futuro presidente da Fifa.

    No encontro, os brasileiros disseram que votariam no suíço. Durante toda a semana, Nunes fez suspense sobre o seu voto.

    Os países da América do Sul ameaçavam votar no xeque Salman abi al-Khalifa, do Bharein, cuja candidatura registrou crescimento na reta final da eleição.

    Militar reformado da Polícia Militar do Pará, Nunes é fanático por fotografias. Ao ser eleito vice da CBF, ele fez questão de se sentar na cadeira do presidente e pediu para a neta fotografá-lo.

    No segundo turno em Zurique, diante da votação apertada, o suíço foi encontrar os brasileiros e pediu novamente o apoio deles.

    Ele vencera a primeira fase por apenas três votos (88 a 85) de vantagem para o xeque Salman abi al-Khalifa.

    "Ele nos encontrou e pediu, em português, para mantermos o apoio", disse o presidente da Federação Baiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, que integrou a comitiva brasileira.

    Logo após o resultado, coronel Nunes e Fernando Sarney, representante brasileiro no Comitê Executivo da Fifa, deixaram o centro de convenções às pressas. Ele seguiram para o aeroporto para embarcar para o Brasil.

    Os dois não ficaram nem para a festa da vitória. Já Rodrigues e o presidente da Federação de Futebol do Acre, Antonio Aquino, o Tuniquim, ficaram para a festa.

    "O mundo exige essa mudança. Venceu o melhor", disse Tuniquim, que comanda o futebol praticamente amador do Acre há mais de 30 anos.

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